A SpaceX anunciou a aquisição de licenças da EchoStar por cerca de US$ 17 bilhões (R$ 92 bilhões). O pagamento pelos espectros sem fio AWS-4 e H-block será de até US$ 8,5 bilhões (R$ 46 bilhões) em dinheiro e até US$ 8,5 bilhões (R$ 46 bilhões) em ações da SpaceX, segundo um comunicado.
A SpaceX também vai arcar com um total de cerca de US$ 2 bilhões (R$ 10,8 bilhões) em pagamentos de juros em dinheiro sobre a dívida da EchoStar até novembro de 2027. As ações da companhia fundada por Charlie Ergen chegaram a subir 64% no pré-mercado dessa segunda-feira (8), segundo a Bloomberg.
“Na última década, adquirimos espectro e facilitamos padrões e dispositivos de espectro 5G em todo o mundo, tudo com a previsão de que a conectividade direta à célula via satélite mudaria a maneira como o mundo se comunica”, disse Hamid Akhavan, presidente e CEO, EchoStar. “Esta transação com SpaceX continua nosso legado de colocar o cliente em primeiro lugar”.
Na base da pressão
O acordo é anunciado após a SpaceX registrar reclamações à Comissão Federal de Comunicações (FCC, na sigla em inglês) alegando que a Dish Network, subsidiária da EchoStar, “mal utiliza” seu espectro. A empresa de Elon Musk vinha pressionando pela liberação das licenças para outras operadoras, como a Starlink.
O presidente da FCC, Brendan Carr, anunciou uma investigação sobre a EchoStar e ameaçou revogar o acesso aos espectros. A empresa optou por não fazer alarde do caso e começou, então, a vender as licenças adquiridas em 2011 das empresas DBSD e Terrestar, que haviam entrado em falência.
“A EchoStar prevê que esta transação com a SpaceX, juntamente com a venda de espectro anunciada anteriormente, resolverá as investigações da Comissão Federal de Comunicações (FCC)”, afirmou o comunicado. No mês passado, a empresa vendeu US$ 23 bilhões (R$ 124 bilhões) em licenças de espectro para a AT&T; ambos os acordos ainda dependem de aprovação regulatória.
Dá-lhe conexão
O acordo representa um passo significativo para a Starlink, que oferece serviços de internet via satélite. A empresa precisa se associar a pelo menos uma operadora que detenha licenças terrestres para garantir a conexão direta ao dispositivo a partir do espaço. A empresa alemã T-Mobile, concorrente da AT&T, também é uma parceira.
“Estamos muito satisfeitos em fazer esta transação com EchoStar, pois isso fará avançar nossa missão de acabar com as zonas mortas móveis em todo o mundo”, disse Gwynne Shotwell, presidente e diretor de operações da SpaceX. “Neste próximo capítulo, com espectro exclusivo, SpaceX desenvolverá a próxima geração de satélites Starlink Direct to Cell, que representarão uma mudança radical no desempenho da cobertura”.
Desde 2019, a Starlink conquistou cerca de 5 milhões de clientes em mais de 100 países, superando seus concorrentes, de acordo com a Bloomberg. Recentemente, a empresa de Musk também iniciou negociações com operadoras na Índia depois de obter autorização regulatória para atuar na região.
Fonte: Olhar Digital
