ARACAJU/SE, 5 de dezembro de 2025 , 22:51:55

Venda de celulares ilegais recua no Brasil pelo segundo ano consecutivo

 

A venda de celulares ilegais caiu no Brasil pelo segundo ano consecutivo, segundo a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee). Cerca de 4,5 milhões de celulares piratas foram vendidos até o fim de 2025, uma redução de 3,2 milhões em relação a 2024. A participação do mercado irregular recuou de 19% em 2024 para 12% em 2025, o menor índice desde 2020.

A Xiaomi continua sendo a marca número um em contrabando neste ano. Ela perdeu espaço para a Realme, segundo o vice-presidente Luiz Claudio Carneiro. Ambas adotam “o mesmo modelo de importações via Paraguai e, a partir de lá, o descaminho ou contrabando”.

O motivo da queda, segundo Humberto Barbato, presidente da entidade, é a atuação coordenada da entidade com outras entidades, como Anatel, Senacon, Polícia Federal, Receita Federal, Legislativo e Sefaz-SP. Em junho de 2024, a Anatel ameaçou multar Amazon e Mercado Livre por permitirem anúncio de smartphones ilegais em suas plataformas. Segundo dados da agência, 51% dos celulares anunciados na Amazon e 43% dos vendidos pelo Mercado Livre não foram homologados.

Além disso, a Anatel avaliou bloquear completamente o acesso aos dois marketplaces, como uma medida para impedir que a comercialização acontecessem. O caso foi parar na Justiça, onde a agência reguladora sofreu alguns revezes.

A Polícia Federal e a Receita Federal também intensificaram ações contra a venda de celulares ilegais. Entre as operações conjuntas estão a Corisco Turbo, que teve como alvo grupo que lavou R$ 1,6 bilhão, e a Desabastecimento, que mirou associação criminosa que movimentou R$ 80 bilhões ao longo de três anos.

No código penal, uma das formas do crime de contrabando é a importação de mercadoria que depende de autorização de órgão público. Já o descaminho é o ato de não pagar os impostos devidos pela importação.

Mercado legal

O mercado oficial de smartphones teve queda em 2025. Segundo dados da IDC, foram vendidos 31,8 milhões de aparelhos, 2% abaixo do registrado em 2024. O total de celulares, incluindo aparelhos tradicionais, somou 32,4 milhões de unidades, queda de 3% em relação ao ano anterior. Apesar da redução em volume, o faturamento da área cresceu 12% nominalmente, chegando a R$ 47,7 bilhões, impulsionado pela mudança no perfil de consumo para equipamentos mais sofisticados e caros.

A Abinee espera que a venda de celulares ilegais siga caindo em 2026 com a continuidade das ações de fiscalização. Barbato afirmou que, embora o avanço seja significativo, a prática ainda preocupa e exige ações permanentes. A expectativa é que o índice possa recuar substancialmente já no próximo ano. O faturamento da área de telefones celulares deve crescer 3% em termos reais em 2026.

A indústria elétrica e eletrônica brasileira encerrou o ano de 2025 com resultados positivos, apesar de um cenário macroeconômico desafiador. Houve crescimento real no faturamento de 4%, totalizando R$ 270,8 bilhões. O número de empregados cresceu 1%, adicionando 3,5 mil novas vagas e totalizando 288 mil trabalhadores. Já os investimentos subiram 9%, atingindo R$ 4,7 bilhões.

Fonte: Tecnoblog

 

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