ARACAJU/SE, 16 de abril de 2025 , 4:14:05

Saiba qual é o livro mais traduzido do mundo depois da Bíblia

 

É o livro O Pequeno Príncipe, do escritor francês Antoine de Saint-Exupéry, publicado pela primeira vez em 1943. Em 2017, a obra, originalmente escrita em francês, ganhou sua 300ª tradução, tornando-se oficialmente a mais traduzida do mundo, excluindo-se textos religiosos. No Guinness Book, Saint-Exupéry detém o recorde de “autor mais traduzido para o mesmo livro”, registrando 382 traduções distintas.

Mas a marca desse livro infantil pode ir bem além. Em 2024, o site oficial do livro declarou que a obra já tem mais de 600 traduções. Embora essa cifra não seja considerada ainda pelo Guinness, ela pode estar bem próxima da realidade: este site aqui (https://petit-prince-collection.com/lang/collection.php?lang=en ), por exemplo, compila as capas da obra em suas diferentes traduções e já registra 621 línguas diferentes.

O Pequeno Príncipe foi traduzido para uma série de línguas inusitadas. Uma delas foi o Toba, um idioma indígena do norte da Argentina que, até então, só possuía uma tradução do Novo Testamento da Bíblia. Outra versão curiosa é em Latim. Até o Esperanto, idioma artificial criado com a intenção de ser uma língua franca internacional, ganhou sua versão.

Entre as línguas e dialetos para a qual a obra foi adaptada estão: aramaico, assamês, bikol, chavacano, chamí, dzongkha, esperanto, garifuna, erzgebirgisch, gótica, guarani, hebreu, hantec, javanês, kambaata, línguas Karen, kunigami, madurês, maia (em seis dialetos diferentes), náuatle, ojíbua, quechua, sinhala, sânscrito, tagalo e wolof. Essa imensa variedade de versões torna o livro um objeto frutífero para estudos tradutórios comparativos.

Em português, são quatro traduções diferentes: a brasileira, a de Portugal, a de Olivença (cidade na Espanha onde se fala português) e a em “minderico”. Essa última é a língua de Minde, uma vila portuguesa (“vila”, em Portugal, é uma classificação que fica entre aldeia e cidade) onde havia um hospício cujos frades e padres costumavam ser alvos da Inquisição por blasfêmia. Eles desenvolveram o minderico como forma de se comunicar em segredo.

A primeira tradução brasileira

A primeira tradução brasileira de O Pequeno Príncipe foi feita pelo monge beneditino Dom Marcos Barbosa em 1954, e publicada pela Editora Agir. Durante 60 anos ela foi a única disponível no mercado, e eternizou uma interpretação questionável.

Na frase “Tu deviens responsable pour toujours de ce que tu as apprivoisé” , traduzida como “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”, a palavra apprivoisé não significa cativar na acepção mais delicada e emocional da palavra, mas sim algo como “domesticar” ou “domar”, como se faz com um bicho de estimação. Apostamos que o Pequeno Príncipe não sabia dessa.

Fonte: Revista Galileu

 

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