O BTG Pactual anunciou nesta segunda-feira (31) a compra do grupo Universa, que reúne a empresa de análise independente Empiricus, a plataforma de investimentos Vitreo, os sites Money Times e Seu dinheiro, além da Real Valor, plataforma de consolidação de investimentos.
Pelos termos do acordo, o BTG vai desembolsar R$ 440 milhões em dinheiro e outros R$ 250 milhões em units do banco, somando R$ 690 milhões. Adicionalmente, poderá haver o pagamento de valores financeiros no período de quatro anos, a depender do atingimento de metas operacionais e financeiras. O contrato prevê que o banco terá 100% do grupo que controla a Empiricus.
O maior interesse do BTG é na capacidade de conversão de assinantes das cartas da Empiricus em investidores, como já provou a parceria com a Vitreo. Com cerca de R$ 11 bilhões em custódia, a plataforma, que fechou acordo para ser controlada pelo grupo Universa em meados do ano passado, tem quase R$ 6,8 bilhões em fundos que replicam as estratégias indicadas pela casa de análise.
Faz parte do acordo, para garantir a independência editorial e de lançamentos de produtos pela Empiricus e Vitreo, a manutenção das operações da Universa separadamente às do BTG Pactual. O contrato assinado, porém, prevê a exploração de sinergias operacionais e estratégicas.
É mais um lance do BTG para consolidar sua posição no varejo de investimentos no Brasil desde que criou o braço digital, em 2016, e que se tornou a principal aposta do banqueiro André Esteves, baseado na tese da sofisticação do mercado de capitais e de investimentos brasileiro.
No início do mês, o banco anunciou a compra da Fator Corretora, com R$ 2,7 bilhões em custódia, e em março já tinha fechado a aquisição da Kinvo, plataforma de consolidação de investimentos.
Começou trazendo a Network Partners, que deu origem negócio de B2B, ao incorporar 30 executivos que foram responsáveis pela expansão da XP, dando o pontapé ao negócio B2B, de parcerias com agentes autônomos de investimentos.
Depois, em 2019, assumiu a Ourinvest, com uma fatia de 80%, com outras duas tranches, de 10%, condicionadas à performance futura – uma delas já exercida. Em outubro de 2020, foi a vez de levar 100% da Necton, fruto da fusão das corretoras Concórdia e Spinelli.
No segmento de distribuição, tornou-se um rival agressivo para a XP. No ano passado, conquistou a EQI Investimentos e a Lifetime, do grupo de maiores escritórios de agentes autônomos da rede XP, para criar corretoras com as assessorias, em que fica com 49% dos negócios.
O BTG também tirou 17 executivos do private da XP para montar a Arton Advisors, de gestão de fortunas. Mais recentemente, atraiu a Acqua-Vero, com a mesma proposta, e negociava com a Monte Bravo. Outros escritórios menores, como Onix e Wise, também já anunciaram a mudança da XP para o BTG.
O banco tem fôlego para mais, já que vem reforçando o caixa por meio de ofertas subsequentes de ações. Levantou R$ 2,57 bilhões em janeiro, depois de ter captado R$ 2,65 bilhões em junho do ano passado. Na sexta-feira, o BTG também confirmou notícia da semana passada de que fará uma nova captação de R$ 2,5 bilhões a R$ 3 bilhões com venda de novas units no mercado.
Fonte: Valor Investe