ARACAJU/SE, 4 de novembro de 2025 , 21:25:38

Apesar da adversidade climática, produção de açúcar será a segunda maior da história em 2025/26

 

Diante de um clima adverso, com restrição hídrica e excesso de calor, a safra de cana-de-açúcar de 2025/26 ficou aquém do esperado, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Por isso, em seu terceiro levantamento sobre a temporada, a autarquia faz um leve ajuste para baixo na estimativa de colheita, de 666,8 milhões de toneladas previstas em agosto, para 666,4 milhões de toneladas. Essa estimativa representa uma redução de 1,6% em relação ao ciclo anterior.

A área estimada para a cultura no atual ciclo é de 8,97 milhões de hectares, 2,4% superior a de 2024/25. Mas este aumento não compensa as perdas de 3,8% na produtividade média nacional, projetada em 74.259 quilos por hectare, influenciada pelas condições climáticas menos favoráveis.

Açúcar e etanol

A redução na colheita impacta, claro, na produção de açúcar e etanol, embora a estimativa é que a produção do adoçante seja segunda maior da história, atrás apenas de 2023/24.

A Conab espera uma produção de 45 milhões de toneladas de açúcar em 2025/26, um aumento em relação aos 44,5 milhões de toneladas calculados na segunda estimativa sobre o ciclo, feita em agosto. Esse volume representa uma elevação de 2% em relação a 2024/25.

Já a produção total de etanol no atual ciclo, somada às origens de cana-de-açúcar e de milho, deve atingir 36,2 bilhões de litros, ante estimativa anterior de 35,74 bilhões de litros.

O volume previsto é 2,8% menor que o registrado em 2024/25. Essa queda é influenciada pela diminuição de 9,5% do combustível oriundo da cana, podendo chegar a 26,55 bilhões de litros, uma vez que a fabricação do etanol de milho deve registrar um aumento de 22,6% quando comparada com a safra passada, estimada em 9,61 bilhões de litros. Do total de etanol produzido, 13,58 bilhões de litros serão de anidro, enquanto 22,16 bilhões de litros se referem ao etanol hidratado.

Regiões

Principal região produtora de cana do país, o Sudeste deve registrar uma colheita de 420,2 milhões de toneladas, 4,4% inferior ao registrado em 2024/25. O maior recuo é observado em São Paulo, com 18,2 milhões de toneladas a menos. “Essa redução se deve, principalmente, às condições climáticas como seca, altas temperaturas e incêndios em parte dos canaviais, que comprometeram a rebrota e desenvolvimento das lavouras”, disse a Conab, em relatório.

Cenário semelhante foi registrado no Norte do país. Mesmo com o aumento na área de cultivo, as condições climáticas mais restritivas devem resultar em uma leve redução na produção, totalizando 4 milhões de toneladas.

No Centro-Oeste, o clima também traz impactos na produtividade das lavouras, resultando em 77.024 quilos por hectares na média da região, uma queda de 1,9% em relação à temporada passada. Mas com um aumento de 6% na área plantada, a produção deve registrar um crescimento de 3,9%, para 151 milhões de toneladas.

No Nordeste, a expectativa é de uma colheita de 55,1 milhões de toneladas de cana em 2025/26, incremento de 1,3% em relação à temporada passada. A produtividade média deve se manter dentro de uma estabilidade, em 60.630 quilos por hectare, enquanto a área deve crescer 1,2%.

Já no Sul do país, a Conab espera aumento tanto de área como de produtividade, favorecido pelas precipitações superiores às observadas no ciclo anterior. Com isso, a produção esperada para 2025/26 é de 36,2 milhões de toneladas, alta de 7,7%.

Fonte: Globo Rural

 

Você pode querer ler também