O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou em São Paulo a expansão do programa BNDES Periferias, destinando R$ 135 milhões não reembolsáveis para iniciativas sociais e ambientais em favelas e comunidades urbanas.
O programa, lançado em março de 2024, tem como objetivo fomentar o empreendedorismo em territórios periféricos. As duas primeiras chamadas públicas receberam, no ano passado, aporte de R$ 50 milhões do BNDES, cada uma, e atraíram 101 propostas no total. Dessas, 17 avançaram para a fase de análise.
Entre as ações de expansão anunciadas nessa terça-feira (22) destaca-se o lançamento da frente BNDES Periferias Verdes, que contará com R$ 50 milhões para apoiar projetos de recuperação, conservação e preservação ambiental, com foco na inclusão produtiva por meio de economia circular, agricultura urbana e resiliência climática. As inscrições estão abertas até 30 de maio.
Também foram lançados dois editais de R$ 17,5 milhões cada, totalizando R$ 35 milhões, para a seleção de parceiros executores da frente BNDES Periferias Fortes, visando o fortalecimento de organizações sociais atuantes em comunidades das regiões Norte e Nordeste.
“Estamos contratando parceiros do território para nos ajudar nesse processo de oferta de capacitação, de desenvolvimento institucional e de mentoria para que essas pequenas e médias entidades possam utilizar na sua organização”, afirmou a diretora socioambiental do BNDES, Tereza Campello.
Os editais também preveem recursos para que as organizações se estruturem. “O dinheiro vai chegar lá na ponta para ajudar essas entidades a darem um salto de qualidade e poderem participar das nossas chamadas. Coisa que, hoje, eles não estão conseguindo, ou não estão conseguindo no volume que poderiam e deveriam participar”, completou Campello.
Outros R$ 50 milhões serão destinados às frentes Polo BNDES Periferias e BNDES Periferias Empreendedoras. A nova chamada reduz o percentual de contrapartida exigido de 50% para 10% para entidades sem fins lucrativos não empresariais e/ou sem acesso a recursos recorrentes, ampliando o acesso ao programa.
O secretário nacional de Periferias do Ministério das Cidades, Guilherme Simões, defendeu a capacitação como uma forma de aproximar as pessoas dos editais. Ele destacou que aproximadamente 16 milhões de brasileiros vivem em favelas e comunidades urbanas, e metade se autointitula empreendedora.
“Então, em um espectro ainda pequeno, o investimento em capacitação é fundamental para que a gente tenha capacidade de competir”, explicou.
Fonte: Valor Econômico