ARACAJU/SE, 20 de agosto de 2025 , 18:24:14

Bolsa Família registra nova baixa e alcança 19,2 milhões de pessoas em agosto

 

O Bolsa Família teve uma nova baixa em agosto e beneficiará 19,2 milhões de famílias, 451 mil a menos do que no mês anterior. No acumulado de 2025, o maior programa social do Brasil já deixou de atender 1,6 milhão de pessoas.

O governo diz que muitos desses beneficiários saíram do programa porque aumentaram de renda. Um pente-fino também vem sendo feito para excluir cadastros irregulares (de quem burla as regras).

Com os cortes recentes, o Bolsa Família chegou ao menor patamar em volume de inscritos desde julho de 2022, na administração de Jair Bolsonaro (PL).

Pouco antes da eleição, o ex-presidente inflou o programa de forma inédita e incluiu dezenas de milhares de pessoas para tentar aumentar sua popularidade e vencer o pleito.

Esse movimento da administração anterior impulsionou os gastos gerais com o Bolsa Família. Em janeiro de 2022, o programa (que se chamou Auxílio Brasil por um tempo) custava por mês R$ 3,7 bilhões mensais, em valores nominais. No fim daquele ano, o gasto mensal havia subido para R$ 13 bilhões.

O pico de gastos com o Bolsa Família foi em junho de 2023: R$ 15 bilhões. Os custos depois disso se estabilizaram perto dos R$ 14 bilhões e agora estão na casa dos R$ 13 bilhões.

O programa social tem uma movimentação intensa. Todo mês várias famílias deixam de receber e muitas outras entram. O saldo fica normalmente perto de zero nos números gerais de pagamento, com leves variações para cima e para baixo.

Ainda não é possível saber o que causou tamanha queda no número de beneficiários em julho e agosto. Tudo indica que foi feito um intensivo para bloquear cadastros que estão irregulares por algum motivo e atrasar outros que poderiam começar a receber.

Regra de proteção

O programa vem diminuindo de tamanho aos poucos principalmente por dois motivos:

– Pente-fino:  o governo intensificou em 2025 uma espécie de pente-fino nos cadastros do Bolsa Família para tirar pessoas que vinham recebendo o benefício de forma indevida;

– Aumento de renda: a economia aquecida e o desemprego no menor patamar histórico fazem com que mais pessoas se sintam incentivadas a trabalhar.

Especialistas afirmam que a Regra de Proteção, criada em 2023, foi a principal responsável pela melhoria nos índices do programa social e pelo aumento do trabalho com carteira assinada.

O mecanismo permite que o beneficiário do Bolsa Família que ascender de condição social e passar a ter renda de até R$ 706 por mês por pessoa possa receber metade do valor do benefício por até um ano.

Havia em julho 2,7 milhões de famílias atendidas pela Regra de Proteção. São beneficiários que conseguiram emprego ou montaram um negócio e estão em período de transição para parar de receber o Bolsa Família.

Fonte: Poder360

 

 

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