O economista-chefe do Bradesco, Fernando Honorato, apontou que o Brasil corre o risco de entrar em recessão já no segundo semestre de 2025. Em entrevista ao programa VEJA Mercado, Honorato afirmou que a projeção leva em consideração o atual cenário de juros elevados e a desaceleração da economia.
“O Banco Central foi assertivo ao dizer em seu comunicado que há possibilidade de a economia esfriar mais do que o imaginado. É exatamente o que nós esperamos. Nós antevemos que, com os juros a 15,25% ao ano, nossa projeção atual, a economia brasileira estará em recessão no segundo semestre deste ano”, explicou o economista.
Honorato mencionou que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro será impulsionado pela agricultura no primeiro trimestre de 2025, mas que a desaceleração do consumo e dos investimentos se refletirá negativamente a partir do segundo e terceiro trimestres.
“O agro será um espetáculo em 2025 e vai inflar o PIB no primeiro trimestre. Entretanto, já veremos o consumo e o investimento esfriarem no segundo trimestre, e a nossa expectativa é que o PIB seja ligeiramente negativo no terceiro trimestre”, concluiu.
Maior rombo da série histórica por estatais federais
As estatais federais não financeiras registraram um déficit de R$ 6,7 bilhões em 2024, segundo dados do Banco Central (BC).
O valor representa o pior resultado desde o início da série histórica, em 2001, e supera em mais de três vezes o recorde anterior, de R$ 2 bilhões, registrado em 2014. Em 2023, o déficit havia sido bem menor, de R$ 656 milhões.
O resultado considera empresas como Correios, Infraero, Casa da Moeda, Serpro, Dataprev e Emgepron, mas não inclui a Petrobras e bancos federais.
O Ministério da Gestão apontou os Correios como principal fator para o aumento do déficit, com prejuízo de R$ 3,2 bilhões em 2024. Infraero e Casa da Moeda também estão entre as estatais que preocupam.
Na contramão dos números vermelhos, o maior superávit da série histórica foi registrado em 2019, sob a gestão de Jair Bolsonaro (PL), quando as estatais tiveram saldo positivo de R$ 10,3 bilhões.
Fonte: Conexão Política