ARACAJU/SE, 28 de junho de 2025 , 18:41:27

Brasil se mantém em 4º lugar em ranking de países com maior juro real

 

Após a Selic parar de cair nessa quarta-feira (19), o Brasil continuou em quarto lugar no ranking de países com o maior juro real, que desconta a expectativa de inflação. A taxa brasileira é de 7,2%. A Turquia aparece em primeiro lugar no ranking, com juro real de 16,3%. Em seguida está a Rússia, com 8,6%, e na sequência está o México, com 7,4%.

A compilação foi elaborada pelo Valor Data, com base em dados do Boletim Focus do Banco Central, da B3 e da Trading Economics, e considera apenas os países do G-20, composto por 19 nações e pela União Europeia, que representam cerca de 85% do Produto Interno Bruto (PIB) global. Contudo, países menos desenvolvidos possuem taxas maiores que a Turquia, a Rússia, o México e o Brasil.

O ranking foi feito usando as taxas básicas de juros dos países divulgadas mais recentemente. Já o cálculo para o Brasil considera um derivativo (contrato financeiro negociado na B3), descontando a expectativa para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para os próximos 12 meses.

Em quinto lugar, estão empatados a Indonésia e o Reino Unido, com taxa de 3,7%, e na sexta posição ficam empatados a África do Sul e a Arábia Saudita, com juros reais de 3,5%. Os Estados Unidos aparecem em seguida, com um juro de 3,4% acima da inflação.

O Brasil foi o primeiro país da América Latina a aumentar os juros para manter a inflação sob controle, antes de Chile, Colômbia, México, Peru e Uruguai. Desde março de 2022 até maio de 2023, o Brasil sustentou a posição de país com o maior juro real do grupo analisado. Entretanto, como seus pares na América Latina, começou a descer posições com as reduções nas taxas que vieram depois.

Após cortar juros oito vezes seguidas, desde agosto do ano passado, o Banco Central brasileiro manteve a Selic em 10,50% ao ano. Conforme o Boletim Focus mais recente, a expectativa é que os juros terminem nesse patamar neste ano. Boa parte da continuidade dos cortes de juros no Brasil depende dos países mais desenvolvidos, especialmente dos Estados Unidos, porque as taxas no exterior ditam o fluxo de recursos localmente .

Nos EUA, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) não realizará as seis ou sete reduções de juros que os analistas eufóricos previam no final do ano passado. A percepção é que será um ou no máximo dois cortes neste ano.

Fonte: Valor Investe

 

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