ARACAJU/SE, 4 de dezembro de 2024 , 16:26:55

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Com prejuízo bilionário acumulado, Correios alerta para risco de insolvência

 

Com um prejuízo acumulado de R$ 2 bilhões entre janeiro e setembro, os Correios enfrentam o maior deficit de sua história para o período. As projeções indicam que o rombo financeiro pode ultrapassar os R$ 2,1 bilhões registrados em 2015, durante o governo de Dilma Rousseff (PT).

Desde outubro, a estatal opera sob um teto de gastos de R$ 21,96 bilhões, estabelecido em um documento interno classificado como sigiloso. Entre as ações adotadas estão a suspensão temporária de contratações de terceirizados, renegociações para reduzir valores de contratos em pelo menos 10%, e um controle mais rígido sobre prorrogações de acordos.

Fabiano Silva dos Santos, presidente da estatal e integrante do grupo de advogados Prerrogativas, está à frente da gestão. Ele assumiu o comando em um momento de fragilidade financeira, com decisões administrativas que agravaram a situação, como a desistência de recorrer em ações trabalhistas de alto valor e o comprometimento de R$ 7,6 bilhões para o Postalis, fundo de pensão dos funcionários.

As dificuldades financeiras foram atribuídas tanto a fatores estruturais quanto conjunturais. A estatal aponta a “herança contábil” da gestão anterior, no governo Bolsonaro, e a queda no volume de encomendas internacionais devido à chamada “taxa das blusinhas”, que impactou as importações.

Mesmo com o cenário desafiador, os Correios seguem com a realização de um concurso público para contratar 3.511 novos funcionários. A decisão de manter as provas, previstas para 2024, é justificada pela necessidade de recompor o quadro de pessoal, apesar das medidas de contenção.

A revisão das receitas projetadas para 2024 expôs a gravidade da crise. A previsão inicial de R$ 22,7 bilhões foi reduzida para R$ 20,1 bilhões, enquanto os gastos foram ajustados para R$ 21,9 bilhões. Mesmo com o corte de despesas, a empresa ainda estima um prejuízo de R$ 1,7 bilhão no próximo ano.

Em resposta à crise, os Correios afirmaram que as medidas são necessárias para garantir a continuidade da empresa. “Essas ações visam a recompor o equilíbrio econômico-financeiro e a evitar que a empresa entre em estado de insolvência”, informou a estatal em nota oficial.

Diante do maior desafio financeiro de sua história, os Correios tentam equilibrar contas, reestruturar operações e reconquistar a estabilidade econômica, enquanto enfrentam questionamentos sobre as decisões recentes de sua administração.

Fonte: Jornal Opção

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