A nova modalidade de empréstimo consignado ao trabalhador CLT, o Crédito do Trabalhador, chegou a R$ 10,1 bilhões em empréstimos consignados aprovados, segundo balanço do Ministério do Trabalho e Emprego. Desde o dia 21 de março, quando o programa entrou em vigor, 1,8 milhão de trabalhadores recorreram a essa modalidade de empréstimo.
Os contratos foram celebrados por 35 das 70 instituições habilitadas ao programa. Quem lidera em volume de valores é o Banco do Brasil, que já emprestou mais de um quarto do total, R$ 2,7 bilhões.
A média dos empréstimos feitos até agora é de R$ 5.434,62 por contrato, com uma prestação média de R$ 327,28 num prazo de 17 meses.
Veja abaixo quais foram os cinco Estados que mais tiveram valores liberados:
- São Paulo: R$ 2,6 bilhões;
- Rio de Janeiro: R$ 835,8 milhões;
- Minas Gerais: R$ 853,3 milhões;
- Paraná: 681,4 milhões;
- Rio Grande do Sul: R$ 677,1 milhões.
Troca de dívidas
Segundo o balanço do ministério, dos R$ 10,1 bilhões, R$ 2 bilhões foram liberados nos últimos 11 dias para troca de dívidas por juros mais baixos.
Desde o dia 25 de abril, quando teve início a migração de dívidas antigas, tais como a versão anterior do crédito consignado para trabalhador e Crédito Direto ao Trabalhador (CDC), os trabalhadores podem recorrer ao Crédito do Trabalhador para quitar essas dívidas pagando juros mais baixos.
“O programa melhora a qualidade de vida das famílias trabalhadoras, que podem tomar um crédito com juros mais baixos, visto que os empréstimos da linha têm garantias que chegam a 10% do FGTS”, diz Luiz Marinho, ministro do Trabalho e Emprego.
A recomendação do ministro é a de que o trabalhador deve fugir dos juros altos, sobretudo os do cartão de crédito. Marinho recomenda que o trabalhador tenha cautela antes de fechar o empréstimo e pesquisem as melhores condições.
Uma orientação recorrentemente dada por especialistas é procurar o próprio banco onde o cliente tem a dívida de consignado ou crédito pessoal e pedir a migração para o Crédito do Trabalhador, que tem os juros mais baixos. Essa só é vantajosa nos casos em que o consignado para CLT, lançado no final de março, tenha juros mais baixos que as linhas de crédito contratadas pelo trabalhador. Em média, o CDC tem juros em torno de 7% a 8% ao mês. No programa Crédito do Trabalhador, as taxas estão um pouco acima de 3% ao mês, com alguns bancos cobrando 1,6% ao mês.
Próximas fases
O programa Crédito do Trabalhador terá ainda duas fases, uma delas ainda neste mês. A partir do dia 16 de maio, caso o trabalhador encontre uma taxa de juros mais atrativa em outra instituição financeira, ele poderá solicitar a troca para outro banco. O objetivo dessa medida é o de forçar que os bancos onde os clientes têm atualmente esses empréstimos ofereçam taxas melhores para retenção do cliente, já que, pela regra, o trabalhador poderá fazer essa migração sem custos. Para isso, ele precisará fazer uma simulação dentro da Carteira de Trabalho Digital, como se fosse adquirir um novo empréstimo.
A fase final de implementação será no dia 6 de junho, quando será permitido aos que já possuem o empréstimo feito pelo Crédito do Trabalhador fazer a portabilidade entre os bancos. Na prática, funciona assim: o trabalhador poderá averiguar se outra instituição financeira oferece uma taxa de juros melhor do que a que ele tem no banco que contratou o empréstimo dentro do programa Crédito do Trabalhador. O próprio banco em que o trabalhador contraiu o novo empréstimo consignado pode oferecer uma taxa melhor, e caberá ao cliente decidir se migra ou não.
Confira abaixo o cronograma resumido
- 21 de março: Início do programa do Crédito do Trabalhador;
- 25 de abril: Trabalhadores com Crédito Direto ao Consumidor ou a antiga modalidade de empréstimo consignado podem migrar para o Crédido do Trabalhador na própria instituição onde ele tem a dívida antiga;
- 16 de maio: Portabilidade de dívida antiga (CDC ou antigo empréstimo consignado) para outra instituição financeira dentro do ambiente da Carteira de Trabalho Digital;
- 6 de junho: Troca de empréstimo consignado feito por meio do Crédito do Trabalhador entre os bancos.