Os juros do rotativo do cartão de crédito terminaram 2023 a 440,8% ao ano. Subiram 28,9 pontos percentuais em um ano e 6,4 pontos percentuais em dezembro. Os dados são do Banco Central (BC).
A taxa foi cobrada em dezembro. Portanto, não atende à nova regra de limite dos juros estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A medida fez com que os juros sejam limitados a um valor equivalente a 100% da dívida. Por exemplo, se o débito for de R$ 100, o valor corrigido com as taxas não pode passar de R$ 200.
O teto para os juros do rotativo só passou a valer em 3 de janeiro de 2024. A medida foi definida primeiramente pelo programa Desenrola. O projeto de lei que instituiu o programa foi sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 3 de outubro.
Saldo e estoque de crédito
O saldo de crédito no Brasil subiu 7,9% em 2023, a menor alta desde 2019. O estoque subiu de R$ 5,36 trilhões em 2022 para R$ 5,78 trilhões em dezembro do ano passado. O Banco Central divulgou o resultado nesta terça-feira (6).
O mercado de crédito é dividido em operações com recursos direcionados (subsidiados por governos ou estatais) e livres, que são negociados no mercado.
O saldo de crédito subiu acima de dois dígitos por três anos consecutivos: 2020, 2021 e 2022. Durante a pandemia de covid-19, a taxa básica, a Selic, ficou em 2% ao ano de agosto de 2020 a março de 2021 para estimular a economia.
No primeiro ano do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o crédito com recursos administrados subiu 11,8%, enquanto com recursos livres avançou 5,2%. A autoridade monetária estimava um crescimento de 6,8% no estoque de crédito em 2023.
O estoque de crédito com recursos livres subiu para R$ 3,38 trilhões em 2023. Alcançou R$ 2,41 trilhões entre as operações com recursos direcionados.
O volume de crédito livre para pessoas jurídicas somou R$ 1,5 trilhão no ano passado, com alta de 1,9% no ano. Desacelerou em relação a 2022 (+11,9%). Já o crédito livre às pessoas físicas atingiu R$ 1,9 trilhão, com alta de 7,9% no ano. Havia registrado alta de 17,5% em 2022.
Taxa média de juros
A taxa média de juros do Brasil teve queda de 30,1% em 2022 para 28,4% ao ano em 2023. Os dados são do Banco Central.
A redução anual de 1,7 ponto percentual é a média das taxas cobradas tanto nas operações com recursos direcionados (subsidiados por governos ou estatais) quanto com recursos livres (aqueles negociados no mercado).
A taxa média de juros para subsidiados caiu 1,5 ponto percentual, de 11,6% para 10,1% anuais. Já para operações livres, recuou de 41,8% para 40,8% ao ano, ou 1 ponto percentual.
Ao considerar somente os recursos livres, que detêm 58,4% do saldo de crédito no país, a taxa média caiu para as pessoas jurídicas (de 23% para 21,1%) e para as pessoas físicas (55,7% para 54,2%) de 2022 para 2023.
Fonte: Poder360