Um estudo recente revela que, em 2024, cerca de 20 profissões no Brasil não alcançaram remuneração igual ao salário mínimo, de R$ 1.412. Essa descoberta, conduzida pelo economista Bruno Imaizumi, da consultoria LCA 4intelligence, traz à tona a desigualdade no mercado de trabalho.
Entre 428 ocupações analisadas no último trimestre de 2024, a diferença é gritante. Enquanto o salário médio nacional atingiu R$ 3.225, o mais alto na série histórica, 40 profissões ultrapassaram a marca de R$ 10 mil.
Em contrapartida, algumas categorias lutam para alcançar até mesmo o mínimo necessário para a sobrevivência, com a ocupação mais mal remunerada recebendo pouco mais de R$ 400 mensais.
Os cuidadores de crianças, por exemplo, receberam uma média de R$ 1.395, valor R$ 17 abaixo do salário mínimo. Já acompanhantes e criados particulares tiveram uma remuneração média de R$ 405, uma diferença de R$ 1.007 em relação ao mínimo exigido.
Profissões em destaque pela baixa remuneração
Além dos cuidadores de crianças e acompanhantes, outras ocupações também enfrentaram remunerações inferiores ao mínimo. Trabalhadores qualificados da preparação do fumo, técnicos em galerias de arte e vendedores ambulantes figuram entre as ocupações mais desvalorizadas.
Profissões e salários médios em 2024:
– Cuidadores de crianças: R$ 1.395
– Trabalhadores qualificados da preparação do fumo e seus produtos: R$ 1.370
– Técnicos em galerias de arte, museus e bibliotecas: R$ 1.353
– Trabalhadores elementares da construção de edifícios : R$ 1.318
– Trabalhadores dos serviços domésticos em geral: R$ 1.237
– Vendedores ambulantes de serviços de alimentação: R$ 1.233
– Artesãos de pedra, madeira, vime e materiais semelhantes: R$ 1.220
– Trabalhadores florestais elementares: R$ 1.175
– Artesãos de tecidos, couros e materiais semelhantes: R$ 1.161
– Trabalhadores elementares da agricultura: R$ 1.151
– Condutores de veículos acionados a pedal ou a braços: R$ 1.149
– Trabalhadores elementares da pecuária: R$ 1.110
– Trabalhadores da conservação de frutas, legumes e similares: R$ 1.104
– Costureiros, bordadeiros e afins: R$ 992
– Pessoas que realizam várias tarefas: R$ 954
– Trabalhadores ambulantes dos serviços e afins: R$ 916
– Pescadores: R$ 849
– Trabalhadores elementares da caça, pesca e aquicultura: R$ 832
– Carregadores de água e coletores de lenha: R$ 579
– Acompanhantes e criados particulares: R$ 405
Análise e impacto socioeconômico
Essas disparidades salariais destacam as desigualdades no mercado de trabalho brasileiro. Profissões essenciais continuam marginalizadas, refletindo a necessidade urgente de políticas que valorizem todas as categorias.
A diferença entre os mais bem pagos e os que recebem menos afeta diretamente o crescimento econômico e social do país.
Fonte: Capitalist