O Brasil encerra o ano com uma previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2025 em 2,26%, a taxa de desemprego em 5,6% e a inflação projetada entre 4,33%, acima da meta de 3% mas dentro do intervalo de tolerância que vai de 1,5% a 4,5%.
O dólar, que começou o ano valendo R$ 6,20, se encaminha para encerrar o período na casa dos R$ 5,50. Já o índice Ibovespa em janeiro era de 126 mil pontos e deverá finalizar dezembro acima dos 160 mil pontos.
Enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comemora os bons índices econômicos, o país, porém, registra uma elevação da dívida pública bruta, que atingiu em outubro o patamar de 78,6%, 0,6% a mais do que o mês anterior.
A dívida bruta soma a situação financeira dos governos federal, estadual e municipal e é um dos principais indicadores sobre a saúde fiscal do país observado por investidores no momento de decidir onde alocar seus recursos.
Ajuste fiscal à vista
A elevação dos gastos públicos é outro fator que costuma afugentar investidores. Lula costuma rechaçar o corte de despesas e tem preferido equilibrar as contas públicas com o aumento de taxações.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no entanto, reconhece a necessidade de mudanças estruturais para controlar a dívida pública e não descarta a implementação de reformas em 2027, caso o PT se reeleja no comando do país.
“Acredito que vamos ter que fazer reforma. Todo tempo estou fazendo aqui algum tipo de reforma para melhorar a sustentabilidade dos gastos públicos”, afirmou na quinta-feira, 19, em conversa com jornalistas em tom de despedida após afirmar que deixará a pasta até fevereiro.
O ministro costuma pressionar o Banco Central pelo fato de o Brasil ter encerrado o ano com os juros em 15% e afirmar que a alta taxa da Selic é a culpada pelo país ter registrado um recuo de 0,3% do PIB em outubro.
A instituição financeira, no entanto, vê com preocupação o crescimento nos gastos públicos e diz que a manutenção dos juros em 15% é necessária para que a inflação convirja para o centro da meta de 3%.
Taxa de juros
O mercado já precifica uma queda dos juros em 2026 e prevê que o ano encerre com a taxa na casa dos 12%, mas há divergência sobre quando começarão os cortes na Selic, se será em janeiro ou em março.
O tom dos últimos comunicados do Comitê de Política Monetário (Copom) é de preocupação.
“O cenário atual, marcado por elevada incerteza, exige cautela na condução da política monetária. O Comitê avalia que a estratégia em curso, de manutenção do nível corrente da taxa de juros por período bastante prolongado, é adequada para assegurar a convergência da inflação à meta”, diz o texto.
O governo, porém, mantém o otimismo e rechaça a tese de que adotará uma política expansionista em 2026 para ganhar popularidade e garantir a reeleição de Lula.
Um dos principais argumentos nesse sentido é que a Lei Orçamentária Anual foi aprovada na última semana de trabalho legislativo com previsão de superávit primário de R$ 34,5 bilhões.
No entanto, a escalada de gastos do governo federal fora da meta fiscal deixa economistas receosos e o possível superávit comemorado pelo Executivo não deverá ser suficiente para melhorar o humor do mercado com a gestão de Lula.
Fonte: Exame




