Abrir o próprio negócio pode resultar em uma renda muito maior do que ter um emprego fixo com salário estável, mas muitos empreendedores não desfrutam desse prêmio, segundo um estudo recente do Federal Reserve Bank de Minneapolis.
Em uma análise de dados fiscais e de renda de 2000 a 2015, o estudo constatou que o empreendedor médio ganhava US$ 27.000 por ano (em dólares de 2012) aos 25 anos — um pouco menos do que os US$ 29.000 de um empregado assalariado da mesma idade.
Mas esses trabalhadores logo trocaram de lugar, e aos 30 anos os empreendedores ganhavam US$ 55.000 contra US$ 45.000 dos assalariados, ou 22% a mais.
À medida que envelheciam, a diferença média de renda entre eles aumentava, e aos 55 anos os autônomos ganhavam 70% a mais: US$ 134.000 contra US$ 79.000 por ano.
O estudo também observou que os empreendedores frequentemente têm outras fontes de renda ao começar, seja por emprego assalariado ou outro negócio, o que lhes permite apresentar ganhos positivos mesmo que suas novas empresas ainda não tenham dado lucro.
Mas os dados sobre a renda média também ocultam uma grande desigualdade entre os trabalhadores autônomos. Além disso, 80% da renda dos autônomos veio daqueles que ganhavam US$ 100.000 por ano ou mais.
“Muitos dos principalmente autônomos ganharam menos durante os anos da amostra do que seus pares assalariados com características semelhantes, mas no agregado esse subgrupo tem uma participação muito menor da renda total do que aqueles que ganharam mais do que seus pares”, disse o estudo — escrito por Anmol Bhandari, Ellen R. McGrattan, Tobey Kass, Evan Schulz e Thomas J. May.
As descobertas surgem enquanto pequenas empresas, especialmente em áreas técnicas, têm se mostrado oportunidades lucrativas para private equity, que são investimentos de outros entes em uma empresa.
Ao investir em negócios e fazer parcerias com seus fundadores, algumas firmas de private equity podem ajudar a escalar empresas e aumentar os ganhos.
O que motiva a escolha por empreender?
Outras descobertas do estudo do Minneapolis Fed buscaram desmistificar algumas ideias sobre os autônomos, como serem “trabalhadores de bicos buscando flexibilidade, desajustados evitando períodos de desemprego, inventores buscando capital de risco, ou sonegadores de impostos que reportam renda incorretamente.”
Por exemplo, os empreendedores em geral não receberam um grande montante em dinheiro nem tiveram que contrair uma dívida alta para começar seus negócios. Além disso, os dados mostraram que aqueles que migraram para o trabalho autônomo já ganhavam mais do que seus pares assalariados, contrastando com a ideia de que foram forçados a abrir seu próprio negócio.
“A maioria dos empreendedores que persistem no negócio tem crescimento de renda maior do que no emprego assalariado,” disse o estudo. “Com proteção contra os choques mais adversos, descobrimos que o trabalho autônomo é uma opção atraente e não é algo estranho do ponto de vista risco versus retorno, como se pensava anteriormente.”
Fonte: InfoMoney