ARACAJU/SE, 25 de novembro de 2024 , 13:41:13

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Funcionários denunciam uma série abusos na Tesla, montadora de Elon Musk

 

Elon Musk é conhecido por estabelecer metas elevadas para os seus funcionários e esperar nada menos do que a perfeição no trabalho. Essa pressão pode trazer resultados para as companhias do bilionário, mas também geram um medo constante de que qualquer deslize pode levar à demissão, além de obrigar os funcionários a passar por situações, no mínimo, constrangedoras.

Trabalhadores, atuais e antigos, da Tesla comentam sobre como essa cultura “hardcore” promovida por Musk resulta em jornadas de trabalho extremamente longas, condições de trabalho inseguras, assédios e ações judiciais.

O tema foi discutido no episódio “The Tesla Shock Wave”, do podcast “Land of the Giants”, produzido pela “Vox Media” e a “The Verge” e que fala sobre as gigantes de tecnologia americanas e os seus impactos na sociedade.

Carga horária elevada e condições ruins de trabalho

“Tornou-se exaustivo”, diz Huibert Mees, engenheiro-chefe que trabalhou durante cinco anos na produção do veículo elétrico Modelo S da Tesla. Nos primeiros anos, era gratificante trabalhar na montadora, para ele, com uma pequena equipe para construir um produto inovador que estava revolucionando todo um setor.

Acontece que, com o passar dos anos, essa sensação de propósito começou a sumir e Mees não tinha nem os finais de semana livres para descansar. Ainda assim, Mees reconhece que a Tesla provavelmente não teria sobrevivido se não fosse por essa “intensidade”, algo que também é visto por outros empregados da companhia.

Mas, para muitos, essa filosofia “hardcore” beirava o abuso. Os funcionários da Tesla dormiam no chão depois de trabalhar em turnos de 12 horas e alguns chegavam a desmaiar por estarem desidratados. A perna de um homem foi esmagada por um carro na linha de montagem. E também houve casos de incêndios e de um cano estourado, que forçou os funcionários a trabalhar em meio ao esgoto.

Uma investigação da Administração de Segurança e Saúde Ocupacional americana descobriu que a fábrica da Tesla em Fremont, na Califórnia, tinha três vezes mais violações de segurança do que 10 outras fábricas de automóveis dos EUA juntas.

As lesões na fábrica da Califórnia foram maiores do que a média nacional e o tempo de treinamento era mais curto. Também foi descoberto que a Tesla classificou erroneamente e subnotificou repetidamente lesões em suas instalações na Califórnia e em Nevada.

Além das condições de trabalho ruins e da insegurança, funcionários relatam que comentários racistas e machistas não eram raros. Diversos processos foram abertos com essas alegações, mas a Tesla nega as acusações.

“Meu supervisor me chamou por um termo racista bem na frente de outros colegas de trabalho”, disse Melvin Berry, que trabalhou como supervisor na Tesla de 2015 a 2016. Ele processou a montadora e, em 2021, a companhia foi condenada a pagar cerca de US$ 1 milhão ao ex-funcionário.

Fonte: Valor Econômico

 

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