ARACAJU/SE, 18 de junho de 2025 , 16:54:17

Ibovespa hoje: bolsa sobe após inflação americana sair abaixo do esperado

Depois de forte queda com o cenário político na véspera, o Ibovespa sobe nesta terça-feira, 13, de olho nos Estados Unidos. Por lá, as bolsas sobem pelo segundo dia consecutivo após novos dados da inflação americana terem saído abaixo das expectativas.

Por aqui, a alta é mais contida com investidores repercutindo a ata do Copom e ainda de olho nos desdobramentos de Brasília. Na véspera, a bolsa chegou perto de zerar as perdas do ano com rumores de que o ex-ministro da Casa Civil de Dilma, Aloizio Mercadante, ficará no comando do BNDES.

Hoje, os agentes financeiros repercutem o anúncio de novos nomes no ministério da Fazenda. Segundo agências, o futuro ministro Fernando Haddad convidou o ex-banqueiro  Gabriel Galípolo para a secretaria-executiva da pasta. Confira os principais destaques:

Bolsas americanas sobem com CPI

Índice de Preço ao Consumidor dos Estados Unidos (CPI, na sigla em inglês) ficou em 0,1% em novembro ante consenso de 0,3% de alta. Já o CPI acumulado de 12 meses recuou de 7,7% para 7,1%, sendo que projeção mediana de economistas era de uma queda para 7,3%. Novembro foi o quinto mês de desaceleração da inflação americana, após ter batido 9,1% em junho. Os núcleos do CPI também saíram abaixo do esperado.

“O CPI mostrou que o pior da inflação americana já passou, especialmente na parte de bens. É uma leitura bem positiva. Os mercados animaram”, afirmou Victor Candido, economista-chefe da RPS Capital.

Os números abaixo das expectativas alimentam as esperanças de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) não precisará ser tão duro no combate à inflação. Após a divulgação do CPI, os rendimentos dos títulos do Tesouro americano apresentaram firme queda, como reflexo das expectativas de juros mais brandos.

“A única coisa que falta para o Fed terminar o movimento de alta é o mercado de trabalho, que ainda pode exercer pressão de salários”, disse Raone Costa, economista-chefe da Alphatree Capital.

Para o curtíssimo prazo, os dados abaixo do esperado reduziram ainda mais as apostas de que mais uma alta de 0,75 ponto percentual para a decisão desta quarta. A probabilidade implícita nas curvas de juros, segundo o monitor do CME Group, caiu de acima de 25% para próximo de 20% nesta manhã.

“Amanhã teremos a decisão de alta de juros. O consenso do mercado é de que eles irão subir em 0,50 p.p, diante de dados melhores do que o esperado. Não vejo motivo algum para o Fed agir de forma diferente ou que pegue o mercado de surpresa”, comentou Rodrigo Cohen, analista CNPI e co-fundador da Escola de Investimentos.

Perspectivas de uma política monetária mais branda também tiveram impacto significativo no mercado de ações. Nos Estados Unidos, os principais índices de Wall Street apresentam firmes altas, com o Nasdaq chegando a subir mais de 1,5%.

Ata do Copom preocupa

Apesar das firmes altas no exterior, a bolsa brasileira apresenta um movimento mais contido, tendo como pano de fundo preocupações sobre a dinâmica fiscal do próximo governo. Nesta manhã, o Banco Central voltou a citar “elevadas incertezas fiscais” em ata da última reunião do Copom e alertou para os potenciais riscos de uma política expansionista no momento atual.

“Para o BC, uma expansão fiscal muito agressiva poderia gerar dúvidas sobre a sustentabilidade da dívida e fazer a inflação voltar a subir. Se a inflação voltar a subir, o BC vai ter que reagir e ter que subir juros. É um alerta para o governo que vai assumir”, afirmou Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset.

“A ata saiu mais hawkish [favorável a juros altos] do que pensávamos. O discurso foi bastante direto. Estamos na mão da PEC de Transição e do que mais o Ministério da Fazenda anunciar em termos de políticas econômicas. Também temos que ver o efeito do que será feito com as estatais e se o corte de impostos sobre combustíveis será mantido. Se não for, isso puxará a inflação de janeiro para cima, mas tem um impacto de arrecadação positivo, que reduz o efeito da PEC”, disse Kautz.

Fonte: Exame.

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