A conta de R$ 270 milhões bloqueada pela Justiça de São Paulo por suspeita de receber valores desviados pelos hackers no caso do ataque à C&M Software é da Soffy Soluções de Pagamentos. A empresa é uma das seis instituições que foram suspensas pelo Banco Central (BC) do arranjo do Pix após o caso. A informação foi dada pela Folha de S.Paulo e confirmada pelo Valor.
A Soffy foi fundada há cinco anos e tem sede registrada na Avenida Paulista, em São Paulo, sob o CNPJ 37.292.981/0001-06. No registro, consta que a companhia tem um capital social de R$ 1 milhão e conta com Stevan Paz Bastos como sócio-administrador.
Na sexta-feira (4), a Polícia Civil informou o bloqueio da conta, mas não disse em qual instituição ele tinha sido efetuado.
Uma pesquisa na rede social LinkedIn revelou a existência de Stevan Paz Bastos como diretor de uma empresa chamada Distribuidora Peixe Boi. Ele era chef de cozinha no restaurante Quintal 280 em Campo Grande (MS) até 2020, de acordo com este perfil.
Segundo a Folha de S.Paulo, desde 13 de junho a Soffy foi alvo de 13 processos cíveis relacionados a outras fraudes do Pix, pedindo responsabilização por omissão em relação a pedidos para bloquear e devolver quantias desviadas nos golpes. O jornal informou ainda que a Soffy não indicou advogado ou apresentou defesa em nenhuma das 13 ações e não tem funcionários celetistas.
A Soffy também aparece em reclamações no site Reclame Aqui com acusações de envio de boletos falsos e de abrir contas para pessoas sem o consentimento delas.
O valor de R$ 270 milhões bloqueado é referente ao dinheiro desviado da BMP, que teve um prejuízo estimado em R$ 541 milhões com a invasão à C&M, que conecta instituições financeiras ao sistema do Pix, entre outros serviços.
De acordo com as investigações, o então funcionário da C&M João Nazareno Roque foi o responsável por facilitar o acesso dos hackers ao entregar credenciais para que os criminosos acessassem as contas da BMP. Ele foi preso na noite de quinta-feira (3) pela Polícia Civil de São Paulo.
Procurada pelo Valor, a Soffy não respondeu ao pedido de posicionamento da reportagem. O BC também foi procurado e não retornou.
Fonte: Valor Econômico
