ARACAJU/SE, 12 de setembro de 2025 , 18:25:04

Valor da produção agrícola do Brasil recuou quase 4% em 2024

 

O valor da produção agrícola brasileira apresentou redução de 3,9% em 2024, na comparação com o ano anterior, para R$ 783,2 bilhões. Os dados foram divulgados nessa quinta-feira (11/9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A área colhida, por sua vez, aumentou 0,8% na mesma comparação, para 96,5 milhões de hectares. A produção exclusiva de cereais, leguminosas e oleaginosas caiu 7,5% frente a 2023, para 292,5 milhões de toneladas.

O IBGE destacou que a redução do valor da produção foi reflexo direto da queda do volume colhido e da redução dos preços de culturas de maior relevância, como milho e soja. Com a expectativa inicial de uma boa safra de grãos e a retomada da produtividade nas lavouras argentinas de algumas das principais commodities agrícolas, como a soja e o milho, somados ao arrefecimento de mercados consumidores globais, os preços dos principais produtos agrícolas nacionais seguiram em ritmo de queda na safra 2023/24.

“Esses fatores impactaram diretamente na receita gerada com a safra 2024, principalmente da soja comercializada no início do ano. Como resultado, a produção agrícola brasileira apresentou, em 2024, o segundo ano consecutivo de retração no valor de produção”, diz o IBGE.

O instituto lembrou ainda que 2024 foi marcado pela influência climática do fenômeno El Niño, que provocou estiagem prolongada mais severa no centro e no norte do país, na Região Sudeste e em parte do Paraná, com efeitos negativos na produtividade das culturas de verão em importantes Estados. A soja e o milho apresentaram queda de 5,0% e 12,9% na produção, respectivamente, e sofreram com a retração dos preços no mercado internacional, sendo os produtos que mais contribuíram para a queda no valor de produção agrícola nacional.

Ainda assim, a soja respondeu por cerca de um terço do valor total da produção agrícola nacional, com R$ 260,2 bilhões no ano passado. A produção de cana-de-açúcar também apresentou retração, por conta das condições climáticas desfavoráveis, contudo os aumentos nos preços colaboraram para um crescimento de 3% no valor de produção.

Por outro lado, a produção de café subiu 1,2% frente a 2023, para 3,4 milhões de toneladas, enquanto, em termos de valor, houve alta de 58,1%. Comportamento semelhante tiveram o cacau e o arroz, com crescimento de 0,5% e de 3,8% no volume produzido e de 229,4% e de 25,7% no valor, respectivamente. No caso do cacau, foram 297 mil toneladas com valor de R$ 15,2 bilhões, enquanto o Brasil colheu 10,6 milhões de toneladas de arroz, a um valor de R$ 22,3 bilhões.

Outro destaque foi o algodão, com produção de 8,5 milhões de toneladas a um valor de R$ R$ 31,3 milhões, altas de 13,7% e 4,3% frente a 2023, respectivamente. O IBGE destacou que o volume colhido foi novo recorde, colocando o país na posição de maior exportador global de pluma de algodão, à frente dos Estados Unidos.

A fruticultura também registrou incremento de 21% no valor de produção em 2024, puxado pelo valor gerado pela laranja, banana e uva. Enquanto a produção de banana cresceu 2,1% no ano, a produção de laranja, principal fruta em geração de valor no país, caiu 11,1%, resultado da queda do rendimento médio dos pomares afetados pelo “greening”, que afeta frutas cítricas e vem derrubando a produção em todo mundo. Contudo, o aumento nos preços dessas frutas contribuiu para o expressivo crescimento no valor gerado por esse grupo de produtos.

Fonte: Globo Rural

Foto: Wenderson Araujo/CNA

 

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