ARACAJU/SE, 30 de janeiro de 2025 , 23:04:04

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Preço do café dispara e atinge maior cotação em 28 anos, aponta levantamento

 

O café atingiu a maior cotação em 28 anos, quando a série histórica do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP) passou a ser registrada.

Segundo dados do Cepea, a commodity estava cotada, na média, em R$ 2.315,44 por saca, aumento de 6,9% em relação a dezembro do ano passado, na cotação de R$ 2.154,88.

O índice acompanha o preço da saca de 60 kg do grão arábica, o tipo mais produzido e consumido no Brasil.

Os preços do café arábica passam por alta desde 2024, após safras terem sido prejudicada devido à seca, defasagem cambial e aumento das exportações.

A produção de café do Brasil em 2025 deveatingir 51,8 milhões de sacas de 60 kg, uma queda de 4,4% em relação a 2024, de acordo com projeção da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

A produção de arábica deve alcançar 34,7 milhões de sacas, queda de 12,4% sobre a safra anterior.

Entre os fatores, a produção deve ser afetada poradversidades climáticas, como restrição hídrica e altas temperaturas nas fases de floração, que impactaram a produtividade, afirmou o órgão.

Em 2024, Brasil exportou 36,94 milhões de sacas, segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). O volume é o maior da história para essa espécie, equivale a 73,2% do total exportado no ano passado.

O cenário de alta do preço dos grãos de arábica é uma faca de dois gumes para o Brasil.

Márcio Ferreira, presidente do Cecafé, explica que a performance do mercado brasileiro reflete o cenário global, que vive momento de oferta restrita e a consequente elevação dos preços.

“Grandes produtores, como Vietnã e Indonésia, tiveram safras menores devido a adversidades climáticas. Com o consumo mundial se mantendo aquecido, foi natural o aumento dos preços e o crescimento dos ingressos com nossos embarques”, afirma.

Para Gil Barabach, consultor de Safras & Mercado para café, a alta de preço pode trazer maiores retornos aos agricultores, mas são obstáculos para indústrias e comerciantes que precisam repassar o custo ao consumidor final.

“As altas deste ano já vem impactando as indústrias, que vem aumentando os preços internos e repassando para o consumidor. Ainda há espaço para subir mais, já que os estoques que as indústrias trabalham são de curto prazo”, ressalta.

Fonte: CNN Brasil

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