Dados do último Censo Demográfico de 2022, divulgado no dia 26 de fevereiro deste ano, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou que entre os brasileiros com mais de 25 anos, 18,4% concluíram o ensino superior. Em 2000, apenas 6,8% dos adultos (com 25 anos ou mais) tinham ensino superior. Em 2010, eram 11,3%. Próximo dia 15 de outubro é o Dia do Professor e para falar sobre os desafios da Educação Superior e o Papel dos Professores, entrevistamos a Profa. Ericka Ferreira Fonseca, Pró-reitora de Graduação e Pós-Graduação do Centro Universitário Estácio de Sergipe. Ela possui Mestrado em Psicologia pela Universidade Federal de Sergipe – UFS e Graduação em Psicologia., além de ser avaliadora do INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira /MEC. Ela diz que o Brasil vive um momento de profundas transformações na educação superior brasileira, marcadas por mudanças sociais, econômicas, tecnológicas e culturais extremamente aceleradas. Aponta que um dos grandes desafios é ampliar o acesso ao ensino superior, garantindo que mais jovens e adultos tenham oportunidades reais de cursar uma graduação. Ericka indica que não basta garantir o acesso: é preciso assegurar permanência com qualidade, com condições adequadas para que os estudantes avancem, aprendam de forma significativa e concluam sua formação. Confira a seguir:
Correio de Sergipe/AJN1 – Quais são os principais desafios enfrentados hoje pela educação superior no Brasil?
Ericka Ferreira Fonseca = Vivemos um momento de profundas transformações na educação superior brasileira, marcadas por mudanças sociais, econômicas, tecnológicas e culturais extremamente aceleradas. Um dos grandes desafios é ampliar o acesso ao ensino superior, garantindo que mais jovens e adultos tenham oportunidades reais de cursar uma graduação. Mas não basta garantir o acesso: é preciso assegurar permanência com qualidade, com condições adequadas para que os estudantes avancem, aprendam de forma significativa e concluam sua formação.
Outro ponto crucial é alinhar a formação acadêmica às demandas do mundo do trabalho, que está cada vez mais dinâmico, tecnológico e globalizado. As profissões estão se transformando rapidamente, novas competências são exigidas e as universidades precisam acompanhar esse ritmo para formar profissionais preparados para um mercado em constante mutação.
Soma-se a isso o desafio de atender a um novo perfil de estudante: mais conectado, interativo, crítico, que valoriza a autonomia e busca experiências de aprendizagem mais personalizadas e flexíveis. Hoje, os estudantes chegam às universidades com expectativas diferentes das de décadas passadas — eles desejam protagonismo na sua formação, experiências práticas, conteúdos atualizados, tecnologias integradas e uma relação mais horizontal com o saber. As instituições, portanto, precisam construir ambientes acadêmicos mais inovadores, inclusivos e responsivos, capazes de estimular o pensamento crítico, a criatividade, a resolução de problemas e a formação de cidadãos preparados para atuar em uma sociedade complexa e em constante transformação.
CS/AJN1- Como lidar com esses desafios?
Ericka = No Centro Universitário Estácio de Sergipe, nossa resposta tem sido unir inovação pedagógica, tecnologia, acolhimento e conexão com a realidade social e profissional dos nossos alunos. Acreditamos que o estudante precisa encontrar na universidade muito mais do que um espaço de aulas — ele precisa de um ambiente de pertencimento, de desenvolvimento integral e de oportunidades reais de crescimento.
Por isso, temos investido fortemente em estratégias de acompanhamento acadêmico, no fortalecimento de habilidades socioemocionais, na formação prática conectada ao mercado, em parcerias estratégicas, e no incentivo à pesquisa e extensão. Além disso, os alunos contam com infraestrutura moderna, laboratórios equipados, uso intensivo de tecnologia educacional e aulas práticas com simulações e experiências reais que aproximam o aprendizado do cotidiano profissional.
Nosso compromisso institucional é claro: “entregar a melhor experiência de aprendizagem a cada vez mais alunos, com eficiência, uso intensivo de tecnologia e qualidade acadêmica em cada uma de nossas marcas, possibilitando um salto nas opções de vida do egresso.”
E isso se sustenta nos nossos valores:
Foco no aluno: trabalhamos com paixão por educar;
Senso de dono e resultados: agimos em equipe com compromisso e entrega;
Qualidade: oferecemos experiências educacionais únicas, com uso intenso de tecnologia;
Inovação e simplicidade: buscamos o novo e valorizamos soluções inteligentes e acessíveis;
Diversidade e ética: fazemos o certo e valorizamos as diferenças.
Assim, preparamos nossos alunos para os desafios do presente e as oportunidades do futuro.
CS//AJN1 -Falando em inovação: o ensino híbrido veio para ficar?
Ericka – Sem dúvida. O ensino híbrido representa uma das mais significativas evoluções na educação contemporânea. Ele não substitui a presença, mas a ressignifica, pois amplia as formas de aprender e de ensinar. Ao integrar tecnologias digitais, metodologias ativas e experiências presenciais, criamos um ecossistema de aprendizagem mais flexível, dinâmico e centrado no estudante.
Essa abordagem permite personalizar percursos, respeitar diferentes ritmos e estilos de aprendizagem, além de estimular a autonomia, a responsabilidade e o protagonismo do aluno. O híbrido rompe barreiras geográficas e temporais, democratiza o acesso ao conhecimento e prepara os estudantes para um mundo cada vez mais digital, colaborativo e conectado. Mais do que uma tendência, o ensino híbrido é um novo paradigma, que exige inovação constante e uma docência ainda mais criativa e estratégica.
CS/AJN1 – E nesse contexto tão dinâmico, qual tem sido o papel dos professores?
Ericka – O papel do professor nunca foi tão essencial e estratégico. Em um mundo onde a informação está disponível em um clique, o grande diferencial é o professor — aquele que transforma dados em conhecimento, estimula competências e habilidades e inspira trajetórias. Nossos docentes são mediadores, mentores, facilitadores de experiências significativas.
Eles ajudam a dar sentido ao aprendizado, constroem pontes entre teoria e prática, inspiram escolhas e despertam potenciais. Num cenário repleto de estímulos e tecnologias, o professor é quem humaniza a educação: é a presença que acolhe, orienta, provoca reflexões e desperta sentido.
Mais do que ensinar conteúdos, nossos professores formam cidadãos, profissionais éticos, críticos e sensíveis ao seu tempo. São verdadeiros agentes de transformação social — e a educação superior só cumpre plenamente sua missão quando reconhece e valoriza essa atuação.
CS/AJN1 0- Professora, além dos desafios gerais do ensino superior, vocês têm se posicionado estrategicamente para atender às demandas específicas do cenário educacional sergipano?
Ericka – Temos atuado com um olhar atento e comprometido com as especificidades regionais. Sergipe possui características econômicas, sociais e culturais próprias, e é essencial que a educação superior esteja alinhada a essa realidade. A Estácio tem buscado oferecer cursos e projetos de extensão que dialoguem diretamente com setores estratégicos do estado, como saúde, educação, tecnologia, empreendedorismo e serviços.
Também investimos em proximidade com o território, fortalecendo parcerias com empresas, órgãos públicos, comunidades e instituições locais. Isso garante que nossa atuação seja contextualizada, relevante e com impacto real no desenvolvimento econômico e social do estado. Nossa estratégia é clara: formar profissionais que não apenas ocupem espaços no mercado, mas que contribuam para transformá-lo positivamente.
CS/AJN1 – A senhora pode nos dar um exemplo concreto de como tem impactado positivamente a formação profissional em Sergipe?
Ericka – Um exemplo muito significativo é o crescimento expressivo de egressos atuando em áreas estratégicas como saúde, direito, tecnologia e educação. Temos inúmeros relatos de estudantes que começaram suas trajetórias acadêmicas na Estácio e hoje ocupam posições de destaque no mercado sergipano, liderando equipes, empreendendo e contribuindo de forma efetiva para o desenvolvimento do estado.
Além disso, nossos alunos têm se destacado em processos seletivos, concursos e iniciativas empreendedoras, levando consigo não apenas conhecimento técnico, mas competências socioemocionais, visão crítica e senso de responsabilidade social. Isso mostra que estamos contribuindo para formar profissionais competentes, inovadores e cidadãos comprometidos com a transformação da realidade à sua volta.
CS/AJN1 – Qual A importância da formação e do desenvolvimento contínuo de seus professores?
Ericka – A formação docente é um pilar estratégico da nossa atuação. Sabemos que professores bem preparados e inspirados impactam diretamente na qualidade da formação dos nossos alunos. Por isso, investimos em programas permanentes de capacitação pedagógica e tecnológica, oficinas de metodologias inovadoras e espaços de diálogo e troca de experiências.
Contamos com um Laboratório de Metodologia e Inovação Pedagógica e com a Universidade Corporativa Educare, que oferece cursos, formações, trilhas de desenvolvimento e oportunidades de aperfeiçoamento contínuo. Nossos docentes têm acesso a conteúdos atualizados e programas que fortalecem competências didáticas, digitais e socioemocionais.
Acreditamos que quando o professor cresce, toda a comunidade acadêmica cresce com ele — e isso reverbera diretamente na qualidade da aprendizagem e no engajamento dos estudantes.
Em termos de inserção no mercado de trabalho, como a Estácio tem colaborado com a empregabilidade dos alunos sergipanos?
Empregabilidade é um dos compromissos centrais da nossa instituição. Atuamos por meio de uma Central de Carreiras robusta, parcerias com empresas locais e nacionais, programas de estágio e mentorias profissionais, além de fortalecer a formação prática e empreendedora desde o primeiro semestre do curso.
A Estácio Carreiras tem como objetivo capacitar e orientar os alunos no desenvolvimento de competências comportamentais e gerar conexões reais com o mercado de trabalho. Entre as iniciativas, destacam-se:
Programa de Orientação Profissional Coletiva, com encontros sobre propósito, habilidades, currículo, entrevistas e LinkedIn;
Feiras de Estágio e Emprego, com vagas reais e simulações de entrevistas;
Parcerias estratégicas com empresas, oferecendo oportunidades exclusivas;
Programa Inclui+, que promove diversidade, inclusão e oportunidades afirmativas.
Nosso compromisso é que nossos alunos cheguem ao mercado não apenas com um diploma, mas com competências sólidas, repertório ampliado e confiança para construir suas trajetórias profissionais.
CS/AJN1 – O que a senhora diria para os jovens sergipanos que ainda não ingressaram no ensino superior?
Ericka – Eu diria que investir em educação é investir no seu futuro — e ninguém pode tirar esse patrimônio de você. O ensino superior abre portas, amplia horizontes e dá forma a sonhos. Não se trata apenas de conquistar um título, mas de viver uma jornada de autodescoberta, crescimento pessoal e profissional.
A universidade é um espaço de encontro: com novos saberes, com pessoas inspiradoras, com ideias transformadoras e, principalmente, consigo mesmo. Cada disciplina, experiência e desafio vivido no ambiente acadêmico contribui para formar uma visão mais ampla de mundo e de si. A educação muda trajetórias, interrompe ciclos de desigualdade e constrói possibilidades. Acredite: o conhecimento é a ferramenta mais poderosa que você pode levar para qualquer lugar.
CS//AJN1 – Para finalizar, que mensagem a senhora gostaria de deixar para os professores neste 15 de outubro?
A todos(as) os professores e professoras, meu mais profundo respeito, admiração e gratidão. Cada aula ministrada, cada olhar atento, cada palavra de incentivo tem um impacto que ultrapassa fronteiras e gerações. Ser professor é muito mais do que exercer uma profissão — é exercer uma missão.
Vocês são semeadores de futuro, constroem pontes entre o presente e o amanhã e transformam vidas todos os dias. O Centro Universitário Estácio de Sergipe tem como propósito institucional — “educar para transformar” — isso só é possível graças à dedicação, ao compromisso e ao amor de cada docente.
Que neste 15 de outubro, e em todos os outros dias, possamos reconhecer e celebrar o poder transformador da educação e daqueles que a tornam possível.
Obrigada por acreditarem que ensinar é, antes de tudo, um ato de esperança e de construção de um mundo melhor.