Por Cláudia Lemos
Bastante disseminada e cada vez mais utilizada, a governança corporativa é uma grande aliada para as empresas. Trata-se de um sistema de princípios, regras, estruturas e processos que orientam e monitoram as organizações para gerar valor sustentável a sócios e à sociedade. Interessados no tema têm data e endereço certo para adquirir conhecimento. O Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) promoverá a terceira edição do evento ‘Seminário Nordeste’. Será no dia 26 de agosto, em Salvador (BA), com renomados profissionais do mercado. A iniciativa combina a disseminação de conhecimento técnico sobre as melhores práticas de governança com a promoção de um ambiente de diálogo e articulação entre diferentes agentes do ecossistema. Coordenadora geral do capítulo na Bahia, Roberta Carneiro diz que o Nordeste tem enorme potencial econômico e avalia que um evento como este é estratégico para a região, uma vez que fortalece as práticas de governança, aumenta a capacidade de atrair investimentos e promove o desenvolvimento sustentável. Na pauta, temas de bastante relevância como Governança de empresas familiares; Integridade socioambiental; Empresas nordestinas e a Bolsa de Valores; Visão dos investidores e instituições financeiras sobre governança e Governança no futebol. Entre os palestrantes estão
Fernando Mota (B3), Fernando Yuji Oura (Vinci Compass), Gustavo Moraes (Veirano Advogados), João Floriano (UBS BB), Mariana Oiticica (BTG Pactual), Wallim Vasconcellos (ex-BNDES e ex-Flamengo), Marcelo Viana (CGU) e Patriciana Patriciana Rodrigues (Presidente do Conselho de Administração da Pague Menos & Extrafarma). Acompanhe a entrevista com Roberta Carneiro e descubra a importância do IBCG, do Seminário Nordeste e como participar:
Correio de Sergipe – Qual o propósito do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC)?
Roberta Carneiro – O IBGC, fundado em 27 de novembro de 1995, é uma organização da sociedade civil e a maior referência do Brasil, e uma das mais importantes do mundo, em governança corporativa. Nosso propósito é gerar e disseminar conhecimento em governança, influenciando diferentes agentes na adoção das melhores práticas, para fortalecer o desempenho sustentável das organizações e, assim, contribuir para uma sociedade melhor.
Somos um verdadeiro think tank da governança, uma rede colaborativa que discute temas relevantes e promove ideias capazes de impactar positivamente empresas e sociedade.
Nossas ações e comportamentos são guiados por quatro valores:
- Proativismo: compromisso com a formação de agentes e com o desenvolvimento e a disseminação das melhores práticas.
- Diversidade: incentivo à pluralidade de ideias e opiniões.
- Independência: preservação dos princípios, zelo pela imagem institucional e imparcialidade diante de qualquer grupo de interesse.
- Coerência: alinhamento entre nossas iniciativas e os princípios da governança, que são Transparência, Equidade, Prestação de Contas (accountability) e Responsabilidade Corporativa.
CS – Por que é importante realizar um seminário sobre governança no Nordeste?
Roberta – O Nordeste tem enorme potencial econômico e um evento como este é estratégico para a região. Ao fortalecer as práticas de governança, aumentamos a capacidade de atrair investimentos e promovemos o desenvolvimento sustentável. Boas práticas criam valor, aumentam a competitividade e contribuem para a longevidade das organizações, sejam elas públicas ou privadas.
CS – O seminário terá um painel específico sobre empresas nordestinas e a Bolsa de Valores. Por que esse tema é tão relevante?
Roberta – É a oportunidade de mostrar que empresas do Nordeste têm total capacidade de acessar o mercado de capitais e crescer com transparência e profissionalismo. A listagem em bolsa exige altos padrões de governança, tais como como prestação de contas, transparência e responsabilidade corporativa, que, quando bem aplicados, fortalecem a reputação e a solidez das empresas no Brasil e no exterior.
CS – O evento também abordará a visão dos investidores e instituições financeiras sobre governança. O que podemos esperar desse painel?
Roberta – Para investidores e instituições financeiras, a governança é um dos principais critérios de decisão. Empresas bem governadas são mais atrativas, oferecem menor risco e têm maior capacidade de gerar valor sustentável. O painel vai mostrar, de forma prática, como boas práticas abrem portas para novos recursos e parcerias estratégicas.
CS – Quais são os princípios básicos da boa governança, segundo o IBGC?
Roberta – O Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa, atualizado em agosto de 2023, define governança como um sistema de princípios, regras, estruturas e processos que orientam e monitoram as organizações para gerar valor sustentável a sócios e à sociedade.
Na revisão mais recente, um quinto princípio foi incluído: Integridade. Assim, os cinco princípios são:
- Integridade: cultivar e fortalecer a cultura ética, evitando conflitos de interesse, garantindo coerência entre discurso e prática e cuidando das partes interessadas, da sociedade e do meio ambiente.
- Transparência: compartilhar informações relevantes, claras e tempestivas, positivas ou negativas, indo além do exigido por lei, e abrangendo também aspectos ambientais, sociais e de governança.
- Responsabilização (accountability): agir com diligência, independência e foco no longo prazo, assumindo as consequências das decisões e prestando contas de forma clara e tempestiva.
- Equidade: tratar todas as partes interessadas de forma justa, respeitando direitos, deveres e necessidades, com base em justiça, diversidade, inclusão e igualdade de oportunidades.
- Sustentabilidade: assegurar a viabilidade econômico-financeira considerando todos os capitais (financeiro, humano, social, natural etc.) e reconhecendo a interdependência entre empresas, sociedade e meio ambiente.
CS – Um dos temas mais curiosos da programação é a relação entre governança e futebol. Como essas duas áreas se conectam?
Roberta – Com a criação das SAFs (Sociedades Anônimas do Futebol), o esporte passou a demandar gestão mais profissional e transparente. Aplicar os princípios de governança nesse setor é essencial: clubes bem administrados atraem investidores, aumentam receitas e ganham credibilidade. É um tema atual e fundamental.
CS – E qual a importância da governança corporativa para as empresas em geral? Que vantagens ela oferece?
Roberta – Governança é sinônimo de gestão eficiente, ética e com visão de longo prazo. Empresas que adotam boas práticas tomam decisões mais estratégicas, reduzem conflitos, aumentam a confiança do mercado e facilitam o acesso a crédito. É um diferencial que valoriza a marca e sustenta o negócio.
CS – As empresas familiares também terão espaço na programação. Como está o cenário da governança nesse segmento?
Roberta – As empresas familiares representam parte significativa da economia brasileira, mas muitas ainda enfrentam desafios na sucessão e profissionalização. Felizmente, cresce o número das que adotam práticas de governança como conselhos de administração, protocolos familiares e regras claras de sucessão, medidas que aumentam a longevidade e preservam a harmonia entre família e empresa.
CS – E qual é o papel do fundador nesse processo de governança familiar?
Roberta – O fundador é peça central na cultura organizacional. Sua participação ativa na construção da governança, incentivando estruturas profissionais e planejando a sucessão, garante que a empresa mantenha seus valores e se fortaleça além de sua figura, com sustentabilidade no longo prazo.
CS – O seminário também discute a integridade socioambiental. Qual a relevância desse tema para as empresas?
Roberta – A governança moderna exige atenção às dimensões ambiental, social e de integridade. Integrar os princípios ESG à estratégia da empresa melhora a reputação, atrai investidores conscientes e contribui para uma economia mais justa e resiliente.
CS – Quem pode participar do 3º Seminário Nordeste de Governança e como fazer a inscrição?
Roberta – O evento será 100% presencial, no dia 26 de agosto de 2025, das 8:30h às 18h30, reunindo nomes de peso do mercado, como: Fernando Mota (B3), Fernando Yuji Oura (Vinci Compass), Gustavo Moraes (Veirano Advogados), João Floriano (UBS BB), Mariana Oiticica (BTG Pactual), Wallim Vasconcellos (ex-BNDES e ex-Flamengo), Marcelo Viana (CGU) e Patriciana Patriciana Rodrigues (Presidente do Conselho de Administração da Pague Menos & Extrafarma).
Inscrições e programação completa: www.ibgc.org.br/eventos/3-seminario-nordeste-2025