As eliminatórias sul-americanas chegaram ao fim, mas a Bolívia irá para o Torneio Classificatório da FIFA e ainda pode conquistar uma vaga na Copa do Mundo da FIFA 26™ por este caminho. Na última rodada da CONMEBOL, disputada nessa terça-feira (9), a equipe boliviana recebeu o Brasil em Em Alto, venceu por 1 a 0 e alimentou as esperanças de participar do quarto Mundial da história do país (depois de 1930, 1950 e 1994).
Enquanto os seis melhores sul-americanos foram direto para a Copa do Mundo, o regulamento determina que o sétimo brigará pela vaga extra contra seleções de outras confederações no Torneio Classificatório da FIFA, a antiga “repescagem”. Quando a rodada começou, o sétimo colocado era a Venezuela; a Bolívia poderia ser eliminada.
Porém, uma combinação de fatores tornou possível o sonho da equipe boliviana, que agarrou a sétima posição na última rodada das eliminatórias da CONMEBOL e tirou a Venezuela da jogada. O Brasil, que já estava classificado para a Copa do Mundo, ficou com a quinta posição na tabela sul-americana, 10 pontos abaixo da líder Argentina.
Apesar de jogar como anfitriã, a missão da Bolívia seria difícil: era preciso derrotar o Brasil, único pentacampeão mundial, e torcer para a seleção venezuelana não vencer a Colômbia em casa. E começou com um potencial “balde de água fria” para os bolivianos, já que a Venezuela abriu o placar aos três minutos. Mas os colombianos buscaram a virada por 6 a 3, com quatro gols de Luis Suárez (homônimo do goleador uruguaio).
Porém, tanto a torcida quanto o time da Bolívia pareceram não tomar conhecimento da chuva de gols que ocorria no outro jogo e seguiram pressionando a Seleção Brasileira. Independentemente do restante da rodada, o foco estava no que acontecia no campo de El Alto: bolivianos em busca de um sonho contra um Brasil já classificado.
Nos acréscimos do primeiro tempo, a insistência resultou em pênalti de Bruno Guimarães em Roberto Fernandez, que foi batido e convertido por Miguel Terceros, o Miguelito que conhece bem o futebol brasileiro.
Mesmo com o Brasil buscando uma reação com todas as substituições que tinha direito de fazer (desde o veterano Marquinhos ao estreante Jean Lucas) e com a pressão brasileira na reta final que deixou a torcida local apreensiva, a Bolívia esteve mais perto do segundo gol do que a Seleção estava do empate.
Robson Matheus quase fez um golaço, por exemplo. O jogador boliviano – que é filho de um brasileiro, algo que explica seu nome “abrasileirado” – soltou um chute cheio de efeito aos 25 minutos do segundo tempo e parou no goleiro Alisson, que conseguiu fazer a defesa mesmo com toda a curva da bola. O arqueiro salvou novamente aos 40, após cabeceio venenoso de Algarañaz.
Do outro lado, a chance final do Brasil esteve nos pés de Raphinha, em cobrança de falta que terminou nas mãos de Lampe. E foi o goleiro boliviano quem entregou a bola ao árbitro para encerrar a partida aos 45+5 minutos, confirmando um resultado que, para a Bolívia, vale muito mais que três pontos e tem sabor de esperança.
Você sabia?
A Bolívia venceu cinco e empatou dois de seus últimos sete jogos de eliminatórias disputados em solo boliviano – incluindo esta partida.
Além disso, desses últimos sete jogos em solo boliviano, a Bolívia não sofreu gols em seis.
Essa foi apenas a 2ª derrota do Brasil nos últimos 10 jogos de eliminatórias: cinco vitórias, três empates e duas derrotas. O outro revés foi diante da Argentina, por 4 a 1, em março deste ano.
Como funcionaram as Eliminatórias?
Os países da CONMEBOL disputaram um campeonato de turno e returno, com seleções que jogaram entre si, em casa e fora. No total, cada país disputou 18 partidas.
As seis melhores seleções na tabela de classificação se classificaram para a Copa do Mundo da FIFA 26: Argentina, Equador, Colômbia, Uruguai, Brasil e Paraguai.
O sétimo colocado, a Bolívia, irá para o Torneio Classificatório da FIFA com seis equipes de outras confederações – essa última competição dará duas vagas para o Mundial.
Fonte: FIFA