O Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas (IMA-AL) multou a Braskem, nesta terça-feira (5), em mais de R$ 72 milhões por danos ambientais e também pelo risco de colapso e desabamento de uma mina em Maceió.
A empresa realizava a extração de sal-gema em 35 minas da capital alagoana. Na Mina 18, na região do Mutange, a extração provocou danos e afundamento do solo. Segundo a Defesa Civil, a velocidade de afundamento está em 0,27 cm/h. Desde 30 de novembro, o solo já cedeu 1,86 m.
A IMA informou que a Braskem foi multada em R$ 70.274.316,30 por degradação ambiental, gerando condições desfavoráveis para as atividades sociais e econômicas.
Segundo o instituto, a empresa também foi multada em R$ 2.027.143,92 por omitir informações sobre a obstrução da cavidade da mina. A Braskem realizou um exame sonar antes do preenchimento da mina, o que contraria a licença de operação.
Braskem deixa índice da Bolsa de Valores do Brasil
A Bolsa de Valores do Brasil, a B3, anunciou que as ações da Braskem não serão mais parte da carteira do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE). A medida contra a petroquímica terá início a partir de sexta-feira (8).
O agravamento da crise da mina de extração de sal-gema em Maceió é o que motivou a decisão da B3. O local, sob controle da Braskem, corre risco de colapsar. Com afundamento do solo, bairros inteiros da capital de Alagoas foram evacuados nos últimos dias.
O ISE funciona como uma ferramenta de análise de sustentabilidade das empresas listadas na B3. O índice visa a avaliar as companhias com base em ações de ESG, sigla em inglês referente a práticas ambientais, sociais e de governança de uma organização.
“Em função da situação de emergência decretada pela Prefeitura de Maceió, envolvendo uma mina da Braskem, a B3 iniciou em 1º de dezembro o plano de resposta a eventos ESG relacionados ao ISE B3”, afirma, em comunicado, a direção da Bolsa de Valores do Brasil.
Ao mercado financeiro, a B3 afirma que decisão não deve ser tomada como prejulgamento das responsabilidades da companhia, mas ocorre, sim, da aplicação do que é previsto na metodologia do ISE.
De acordo com a B3, a decisão de excluir a Braskem do ISE considerou os quatro pilares do indicador: impacto ESG da crise; gestão da crise pela companhia; impacto de imagem da crise na empresa; e resposta da companhia à crise.
Fonte: Revista Oeste