A COP30, Cúpula do Clima que será realizada em Belém, promete garantir espaço para participação de indígenas dentro dos chamados “Círculos da Cúpula”. A intenção de contribuições a nível internacional foi anunciada durante a edição deste ano do Acampamento Terra Livre, em Brasília.
“Nossa mensagem principal nesta COP é mostrar o papel dos territórios indígenas como parte principal do combate às mudanças climáticas”, defende a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara.
Segundo representantes do governo, a participação deve fazer parte de rodadas de debates durante o encontro da Organização das Nações Unidas (ONU), em intenção de atrelar a contribuição de comunidades ao combate às mudanças climáticas. A perspectiva é destacada pela secretária nacional de Mudança do Clima e diretora-executiva da COP, Ana Toni.
“O Círculo dos Povos Indígenas é fundamental para ter uma ligação direta entre a presidência da COP e os povos indígenas. Então, quero dizer que as portas da presidência da COP e do governo brasileiro estão absolutamente abertas aos povos indígenas para a gente fazer dessa COP a primeira em que os povos indígenas têm o papel principal de liderar o combate à mudança do clima”, diz.
Outros dois grupos também são previstos: um ligado ao ministério do Meio Ambiente, a ser liderado pelo próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e outro para finanças, a ser conduzido pelo Ministério da Fazenda. Detalhes no modelo de funcionamento ainda não foram indicados, mas o anúncio foi confirmado por autoridades na última quinta-feira (10).
Demandas indígenas
Durante o Acampamento Terra Livre, lideranças entregaram uma carta de pedidos à COP30. O documento destaca preocupações ao impacto em florestas, cobra uma transição energética justa e pressiona para que o governo recue em ações ligadas à exploração de petróleo.
“Essa transição deve garantir que as soluções atendam progressivamente às necessidades das populações indígenas, negras, marginalizadas e vulneráveis, e deve acelerar a expansão das energias renováveis de forma a garantir que as nações mais ricas e poluidoras do mundo paguem a sua justa parte, sem agredir a natureza, sem aumentar o desmatamento com a queima de biomassa, e promovendo justiça econômica, social e de gênero“, diz trecho do documento.
Comissão Internacional
Além do grupo, há previsão de que uma Comissão Internacional Indígena, que terá representação de organizações indígenas internacionais e brasileiras, também participe das decisões da COP. A iniciativa será liderada pelo Ministério dos Povos Indígenas.
Fonte: R7