Alguns municípios sergipanos apresentam iniciativas positivas e que representam avanços quando o assunto é gestão ambiental, a exemplo dos programas de arborização urbana e coleta seletiva de lixo, realizados em Aracaju; e o incentivo ao uso de energia solar e criação de unidades de conservação, que acontece no interior; porém, os entraves ainda existentes para que essa gestão ambiental avance e gere benefícios palpáveis para a população são bem maiores.
Falta de planos de saneamento e resíduos sólidos, com frágil implementação ou não efetivação dos já existentes; forte dependência dos municípios à Adema/SE para a emissão do licenciamento ambiental, por não terem estruturas próprias; falta de planejamento integrado e uso de tecnologia para transformar as cidades em unidades inteligentes; baixa integração entre políticas públicas, e poucos recursos técnicos em vários dos 75 municípios; e limitada participação social nos debates sobre o tema, seriam alguns desses entraves.
Essa é a avaliação feita pela doutora em Biotecnologia Industrial e Consultora Ambiental, Gabriela Almeida, uma das palestrantes do 1° Simpósio sobre Energias Renováveis e Cidades Sustentáveis de Sergipe: o futuro das cidades inteligentes (SIMERCIS), realizado pelo Grupo GA Ambiental nesta sexta-feira (26), no auditório do Hotel Sesc Atalaia, em Aracaju, a partir das 9h.
Gabriela Almeida explica que gestão ambiental, com base no que preceituam a Constituição Federal e a Política Nacional do Meio Ambiente, é o conjunto de ações, políticas, práticas e instrumentos voltados para planejar, controlar, mitigar e prevenir os impactos das atividades humanas sobre o meio ambiente, visando o uso racional dos recursos naturais, a preservação dos ecossistemas e a melhora da qualidade de vida da população.
“Uma boa gestão ambiental propicia inúmeros ganhos para a sociedade, ganhos esses que na atualidade podem ser potencializados quando associados aos avanços tecnológicos e à inovação, e que promovem o surgimento das smarts cities, ou cidades inteligentes, como falamos em português. E para que isso aconteça, a gestão ambiental deve ser participativa, envolvendo sociedade, governo e setor privado; deve estar integrada ao planejamento urbano e econômico; e utilizar indicadores ambientais para monitorar os resultados, entre outros”, salientou Gabriela Almeida.
Segundo a especialista, cidades inteligentes teriam uma gestão sustentável dos resíduos sólidos, com a coleta seletiva utilizando sensores, rastreabilidade, economia criativa e circular; uma mobilidade urbana sustentável, com transporte coletivo eficiente, veículos elétricos e ciclovias conectadas; uma boa gestão hídrica, com reuso de água, sensores para monitoramento de perdas e aproveitamento das águas pluviais; uma energia renovável descentralizada, com placas solares em prédios públicos, iluminação pública com LED inteligente; e um planejamento urbano verde, com parques, arborização, telhados verdes e corredores ecológicos.
“Infelizmente, ainda não temos em Sergipe uma cidade que possa ser considerada inteligente e sustentável, e foi por isso que o Grupo GA Ambiental decidiu promover esse amplo debate sobre o assunto, trazendo personalidades de reconhecimento nacional sobre os temas energias renováveis e smart cities, porque esses assuntos não apenas se complementam, eles na prática são interdependentes para que possamos ter cidades sustentáveis”, explicou Gabriela Almeida.
Entre os benefícios de ser uma cidade inteligente e sustentável estão a melhoria da qualidade de vida (saúde, lazer e bem-estar); a atração de investimentos através da chegada de empresas inovadoras; redução dos custos públicos, com menor gasto com saúde, e maior eficiência energética e hídrica; preservação dos recursos naturais para as próximas gerações; fortalecimento da imagem do município como referência em sustentabilidade; e o cumprimento das legislações ambientais, evitando multas e embargos.
Sobre o 1º SIMERCIS
Esses pontos apresentados por Dra. Gabriela Almeida, junto com outras observações sobre o assunto, serão apresentados durante a palestra que ela fará no 1º SIMERCIS, cujo tema será “Gestão Ambiental para cidades sustentáveis e inteligentes”. O evento também contará com as seguintes palestras:
– O papel fundamental das energias renováveis para a implementação das cidades inteligentes e sustentáveis, por Dr. Rudinei Miranda, presidente da ANER;
– Geração de Energia distribuída no Brasil, por Tiago Fraga, presidente do Grupo FRG e dos Fóruns GD do Brasil;
– O papel das hidrelétricas na matriz das energias renováveis e sua importância para o contexto global, por Alessandra Torres, presidente da ABRAPCH;
– Panorama dos biocombustíveis no Brasil e as oportunidades para Sergipe, por Dr. Klebson Silva, PhD em Biocombustíveis e pesquisador do ITP (convidado especial);
– Principais cenários para cidades inteligentes: exemplos que deram certo, palestra de Ricardo Naves, engenheiro especializado em desenvolvimento imobiliário;
– Principais desafios enfrentados por projetos de energias renováveis na obtenção de aprovação junto às concessionárias, por Milthon Silva, Prof. Da UFS e especialista em energias renováveis e sistemas de potência;
– Perspectivas de mercado para biometano: análise das tendências de mercado e das oportunidades de negócios, que será ministrada por Amilton Dutra, sócio-diretor da Gaswork Consultoria e Serviços LTDA.
O 1º SIMERCIS é uma realização do Grupo GA Ambiental do Brasil, e conta com o patrocínio da Construtora Santa Maria, Camel Empreendimentos e Construções, Lugare Projetos, Grupo FRG, Macarrão Entulhos e Demolições, Xingó Mitsubishi Motors, C4 Empreendimentos Imobiliários, Petrox, SolarTechnic, GotecSolar, FMMIX, Primasa Camel, Quality Hotel, HDI Desenvolvimento Imobiliário e Superlux.
O evento também conta com o apoio institucional da Fecomércio Sergipe, da ANER, ABRAPCH, ABREN, Associação É de Sergipe, Secovi/SE, Senai, Fies, Fórum Empresarial de Sergipe, Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Sergipe, Cléo Maia Arquiteto e Urbanista, Adema, Seplan/SE, Semac/SE, Sedetec/SE, Secretaria Municipal do Desenvolvimento Econômico e Inovação, Tribunal de Contas de Sergipe, Ademi/SE e ASER. As inscrições podem ser feitas através dos telefones (11) 5286-2611 e (79) 99893 4227, ou acessando o site www.grupogaambiental/simercis
Fonte: Assessoria de Imprensa