ARACAJU/SE, 23 de setembro de 2024 , 18:31:32

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Sob governo Lula, incêndios no Pantanal e na Amazônia são os piores em quase 20 anos

 

O Pantanal e a Amazônia enfrentaram seus piores incêndios em quase duas décadas, disse, nesta segunda-feira (23), o Observatório Europeu Copernicus, com base no monitoramento feito pelo CAMS (sigla em inglês para Serviço de Monitoramento da Atmosfera do Copernicus).

“De acordo com os dados do CAMS, as emissões têm sido consistentemente acima da média (até mesmo quebrando recordes nacionais e regionais), principalmente devido aos incêndios florestais severos nas regiões do Pantanal e da Amazônia, impactando severamente a qualidade do ar em toda a região”, lê-se em comunicado do observatório.

As emissões acumuladas em 2024 em todo o Brasil foram de 183 megatoneladas de carbono até 19 de setembro. O número, segundo o Copernicus, segue “um caminho semelhante ao ano recorde de emissões em 2007”.

“As emissões em setembro, até agora, foram responsáveis ​​por 65 megatoneladas desse total”, declarou o observatório europeu, acrescentando que essas emissões se devem, “em grande parte”, aos incêndios florestais da região amazônica.

Nessas regiões, “o total anual acumulado estimado de emissões de carbono é o mais alto nos 22 anos”.

O ano de 2007 foi o que o Brasil mais registrou focos de incêndio. Foram mais de 939 mil. Até domingo (22), o Brasil já registrava 200.013 ocorrências do tipo.

Conforme o Copernicus, a ocorrência dos focos de incêndio em 2024 “pode ser considerada fora do comum, mesmo considerando que julho-setembro é o período em que os incêndios florestais normalmente ocorrem na região”.

Lê-se no comunicado: “As temperaturas extremamente altas que a América do Sul experimentou nos últimos meses, a seca de longo prazo indicada pela baixa umidade do solo e outros fatores climatológicos provavelmente contribuíram para o aumento significativo da escala das emissões de incêndios, fumaça e impactos na qualidade do ar”.

O observatório europeu declarou que “os incêndios florestais e as emissões resultantes levaram à degradação da qualidade do ar em grande parte do continente”, com a coluna de fumaça se estendendo do Equador a São Paulo.

Mark Parrington, cientista sênior do CAMS, disse que, em 2024, a atividade de incêndios florestais na América do Sul foi “marcadamente acima da média”, em especial na Amazônia e no Pantanal.

“O transporte de fumaça teve um impacto muito além da vizinhança de onde os incêndios estavam queimando, chegando até mesmo ao outro lado do Atlântico. A escala do transporte de fumaça e os impactos na qualidade do ar são um indicador da escala e intensidade dos incêndios. É fundamental continuar monitorando esses incêndios florestais e suas emissões para rastrear seu impacto na qualidade do ar e na atmosfera”, afirmou.

O Brasil encerrou o mês de agosto de 2024 com o pior número de queimadas em 14 anos. Foram 68.635 ocorrências – o 5º maior número da série histórica, iniciada em 1998. Foi uma alta de 144% em relação ao mesmo período de 2023.

Setembro já ultrapassou a quantidade de focos de incêndio de agosto e é, até o momento, o pior mês deste ano quanto ao número de queimadas. O mês acumula 72.962 focos de incêndio.

Com Marina Silva como ministra, “boiada” dos incêndios é maior que sob governo Bolsonaro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou ao poder pela terceira vez com a promessa de reposicionar o Brasil no tabuleiro geopolítico mundial. Um dos pilares de sua estratégia era implantar uma política ambiental que antagonizasse com a de seu antecessor, Jair Bolsonaro. O que se viu de 1º de janeiro de 2023 a 31 de agosto de 2024, entretanto, é que a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, não entregou o que prometeu para conter os incêndios florestais.

Dados do Monitor do Fogo mostram que 28,7 milhões de hectares foram consumidos por queimadas desde que Marina assumiu a chefia do ministério. Só em agosto de 2024, foram 5,7 milhões – alta de 150% em relação ao mesmo período de 2023.

Durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), Marina chamou o então ministro, Ricardo Salles, de “antiambientalista”. Depois, disse que Joaquim Leite, que assumiu o ministério em junho de 2021, era um “negacionista convicto”. Os números da ministra de Lula, no entanto, são próximos aos dos seus dois antecessores.

Sob Bolsonaro, agosto de 2019 foi o pior mês em termos de hectares destruídos pelo fogo: 3,8 milhões. Salles era o ministro do Meio Ambiente.

Sob Lula, agosto de 2024 é o pior mês da administração petista. Foram 5,7 milhões de hectares consumidos por queimadas – recorde para o período.

Fonte: Poder360

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