O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) solicitou a Agência Nacional de Águas (ANA) e ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) a redução da vazão do Rio São Francisco em 100 metros cúbicos por segundo (m³/s). Atualmente a vazão é de 800 m³/s.
A Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) informou que a avaliação técnica da redução da vazão foi iniciada, mas só podem operar com esse patamar após a autorização da ANA e do Ibama. “Foi feito o pedido pelo setor elétrico, mas só podemos reduzir a vazão com a autorização da ANA e do Ibama, por enquanto não tem nada conformado, nem data para começar a operar com nova vazão. O que se tem certo é que estão sendo feitos os estudos de impactos”, explica João Henrique Franklin, diretor de operação da Chesf.
Está na lei
Os estudiosos apontam que está previsto na legislação a vazão mínima de 1.300 m³/s para a saúde do Rio São Francisco, mas desde 2013 que esse patamar não é praticado. “Esse patamar vem sendo reduzido de forma gradativa. As chuvas estão escassas, acompanhamos os níveis dos reservatórios diariamente e eles estão abaixo do desejável, felizmente nós temos os reservatórios. Hoje a vazão que chega a Sobradinho é de 400 m³/s, em Alagoas e Sergipe a vazão de 800m³/s, se não tivesse os reservatórios não sei o que seria de Sergipe e Alagoas. A CHESF também está sendo afetada, na Usina de Sobradinho são seis unidades que geram 175 megawatts/ hora, hoje trabalhamos com a produção de uma com a geração de apenas 170 megawatts/ hora”, aponta.
Abastecimento
Mesmo com os níveis dos reservatórios abaixo do esperado, Sobradinho, por exemplo, está atualmente com 16,8% de sua capacidade de armazenamento, a CHESF garante que a população do Nordeste não será desbastecida. “ Podemos assegurar o atendimento elétrico da região nordeste mesmo diante dessa crise hídrica, ela não afetará porque existe outras alternativas do setor elétrico para manter o fornecimento de energia por outros meios que não seja a fonte hídrica”, afirma o diretor.
Jorge adiante que se houver mesmo a autorização para redução da vazão, muitas adaptações deverão ser feitas. “Já há prejuízos na captação de água para consumo humana, para irrigação, e mais uma vez, se autorizada a vazão de 700m³/s, serão necessárias outras adaptações, mas estamos mantendo a segurança hídrica, até que o período de chuvas, que é bem definido entre o meses de novembro a maio na bacia, chegue e amenize esse período de estiagem”, finaliza.
Por Karla Pinheiro/Correio de Sergipe