O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, fez discurso de quase uma hora para congressistas americanos nesta quarta-feira (24). Esta é a primeira vez que o premiê israelense deixa Israel desde o início da guerra em Gaza.
Netanyahu foi aplaudido de pé por congressistas, com exceção de alguns democratas. “América e Israel precisam ficar juntos. Porque quando ficamos juntos, uma coisa muito simples acontece: nós ganhamos e eles perdem. E digo uma coisa para vocês hoje: nós vamos ganhar”.
O primeiro-ministro enfrenta pressão internacional devido à guerra contra o Hamas. O número de mortos entre os palestinos na ofensiva de retaliação de Israel chegou a mais de 39 mil, segundo as autoridades de saúde de Gaza, no enclave administrado pelo Hamas. Centenas de milhares de pessoas foram deslocadas e grande parte do enclave foi destruída por ataques aéreos e bombardeios de artilharia.
Em seu discurso, o premiê falou sobre os 120 israelenses que permanecem reféns dos extremistas. “A dor que essas famílias suportaram está além das palavras. Eu me encontrei com eles novamente ontem e prometi a eles isto: não descansarei até que todos os seus entes queridos estejam em casa. Todos eles”.
Netanyahu também pediu ajuda militar aos EUA para poder acelerar o fim da guerra. “A ajuda militar dos EUA pode acelerar drasticamente o fim da guerra em Gaza e ajudar a prevenir uma guerra mais ampla no Oriente Médio. Hoje, enquanto Israel luta na linha de frente da civilização, eu também apelo à América: deem-nos as ferramentas mais rápido, e terminaremos o trabalho mais rápido”.
Polícia entra em confronto com manifestantes
Manifestantes pró-Palestina entraram em confronto com a polícia do lado de fora do Capitólio. Eles se envolveram em um confronto com agentes enquanto tentavam ultrapassar a barreira policial. Cinco pessoas foram presas.
“Parte da multidão começou a ficar violenta na First Street e Constitution Avenue, NW. Os manifestantes não obedeceram à nossa ordem de recuar da linha policial. Estamos soltando spray de pimenta em qualquer um que tente infringir a lei e cruzar essa linha”, disse a polícia do Capitólio em post no X (antigo Twitter).
Encontro com Biden e Trump
Esta é primeira vez que Netanyahu vai para outro país desde que a procuradoria do Tribunal Penal Internacional determinou a emissão de mandados de prisão por possíveis crimes de guerra cometidos (como o fato de ter deixado a população de Gaza com fome) durante a ofensiva de Israel. Os Estados Unidos, porém, não reconhecem o tribunal.
“Isso é uma mentira fabricada. Israel permitiu que mais de 40 mil caminhões de comida entrassem em Gaza. (…) Se os palestinos em Gaza não têm comida suficiente, não é porque Israel está bloqueando. É porque o Hamas está roubando essa comida”, rebateu Benjamin Netanyahu.
O premiê israelense irá se encontrar com presidente americano Joe Biden nesta quinta-feira (25). Ele agradeceu ao chefe da Casa Branca pelo esforço que tem feito no apoio ao ataque sofrido por Israel em 7 de outubro de 2023. “Eu quero agradecer o presidente Biden pelo esforço em favor dos reféns e também das famílias dos reféns. Eu agradeço ao presidente Biden pelo apoio a Israel após o ataque selvagem”, declarou.
A agenda nos Estados Unidos termina com encontro com ex-presidente Donald Trump, na sexta, na Flórida. No discurso, o premiê israelense elogiou Trump pelos chamados Acordos de Abraão, assinados durante o governo do republicano, que normalizaram as relações bilaterais entre Israel, Bahrein e os Emirados Árabes Unidos. Ele também lamentou o atentado contra Trump. “Emergiu são e salvo daquele ataque covarde contra ele, ataque desesperado à democracia americana”, concluiu.
Fonte: UOL