O Paraguai determinou o reforço imediato da segurança em toda a faixa de fronteira com o Brasil após a megaoperação policial realizada no Rio de Janeiro contra o Comando Vermelho (CV). A medida foi confirmada pelo ministro do Interior, Enrique Riera, que determinou o aumento da vigilância e a intensificação das ações conjuntas com forças de segurança nacionais e regionais.
De acordo com o jornal El Nacional, o anúncio foi feito após a emissão de uma alerta regional pelo Comando Tripartite, instância de cooperação entre Paraguai, Brasil e Argentina, para ativar os sistemas de inteligência e prevenir possíveis deslocamentos de integrantes do grupo criminoso para outros territórios.
O Conselho de Defesa Nacional (Codena) do Paraguai informou que há indícios de que criminosos ligados à facção brasileira possam ter fugido para países limítrofes após o megaoperativo no Rio de Janeiro, que resultou em mais de uma centena de mortes de traficantes ligados ao CV.
A imprensa paraguaia tem acompanhado o caso de perto o conflito, com direito à cobertura especial. Veículos como Ñandutí e El Nacional classificaram a operação no Rio como uma resposta necessária ao poder crescente das facções e reportaram que o Paraguai sustentou a segurança fronteiriça diante de um possível avanço do crime organizado.
O reforço das patrulhas envolve o envio de militares e policiais às áreas mais vulneráveis da fronteira, com prioridade dada aos departamentos de Amambay, Canindeyú e Alto Paraná, regiões historicamente utilizadas para o tráfico e atividades ilícitas.
O CV, apontado como uma das facções mais antigas e violentas do Brasil, possui ramificações na América do Sul, com conexões identificadas em território paraguaio, boliviano e argentino.
Paraguai classifica PCC e CV como organizações terroristas
O ministro do Interior do Paraguai, Enrique Riera, confirmou, nesta quinta-feira (30), que o país classificará como organizações terroristas o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC), facções de origem brasileira envolvidas em crimes transnacionais como narcotráfico, sequestros, homicídios e lavagem de dinheiro.
A decisão será oficializada por meio de resolução do Poder Executivo e, segundo o ministro, trará implicações diretas para a aplicação da lei. “Esta declaração facilita o nosso trabalho. Se caírem aqui, as penas por terrorismo são substancialmente maiores do que as penas por crimes comuns”, declarou Riera à imprensa.
De acordo com o Ministério do Interior, a medida se insere em uma estratégia regional de segurança que prioriza a cooperação com o Brasil e demais países do Cone Sul, em resposta à expansão territorial das facções. O PCC mantém presença consolidada na fronteira de Pedro Juan Caballero, enquanto o CV tenta fortalecer sua atuação logística na região do Alto Paraná, fronteira com o Brasil.
Além de endurecer o enquadramento penal para integrantes dessas quadrilhas, a classificação como organizações terroristas permitirá ao Paraguai acionar com mais agilidade mecanismos internacionais de controle financeiro, bloqueio de ativos e colaboração judicial no combate ao crime organizado.
Com isso, o Paraguai se soma a um grupo de países que já reconhecem formalmente o caráter terrorista de grupos criminosos brasileiros, na contramão da postura do governo federal no Brasil, que tem rejeitado essa designação mesmo diante da pressão de autoridades nacionais e estrangeiras.
Fonte: Conexão Política
 
								 
															





 
															