ARACAJU/SE, 10 de maio de 2025 , 20:28:53

Após tensões, Índia e Paquistão anunciam cessar-fogo imediato

 

Índia e Paquistão anunciaram um cessar-fogo imediato neste sábado (10), depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), afirmar, em seu perfil no Truth Social, que os países tinham chegado a um acordo de paralisação das hostilidades. Não foi divulgada a duração da trégua.

“Depois de uma longa noite de mediação por parte dos Estados Unidos, estou feliz em anunciar que Índia e Paquistão concordaram em um cessar-fogo total e imediato. Parabéns aos países por usarem senso comum e grande inteligência. Obrigado pela atenção a essa questão!”, escreveu o republicano.

Poucas horas depois da postagem feita por Trump, o ministro das Relações Exteriores do Paquistão, Ishaq Dar, confirmou o acordo.

“Paquistão e Índia chegaram a um acordo por um cessar-fogo de efeito imediato. O Paquistão sempre buscou a paz e a segurança na região, sem comprometer sua soberania e integridade territorial!”, afirmou Dar, em publicação no X.

O anúncio se dá durante o crescimento das tensões entre os dois países, sobretudo por conta de uma ameaça nuclear. O Exército paquistanês havia afirmado que integrantes do órgão militar e civil que supervisiona o programa nuclear se reuniriam.

A informação, porém, foi negada pelo Ministério da Defesa do país.

O Ministério do Exterior da Índia afirmou que uma das lideranças do Exército paquistanês entrou em contato com um chefe das forças armadas indianas neste sábado (10). Ambos teriam concordado em paralisar as agressões, conforme a agência de notícias Reuters, e se reunirão na segunda-feira (12).

Entenda o conflito

Os confrontos se intensificaram depois de a Índia bombardear alvos no Paquistão na quarta-feira (7), sob a justificativa de atacar “infraestruturas terroristas”. Nova Delhi justificou a ação como resposta a um ataque a tiros contra turistas na Caxemira administrada pela Índia em abril, que resultou na morte de mais de 20 pessoas.

A atual escalada de tensão começou em 22 de abril, quando um ataque na Caxemira deixou 26 mortos. O governo indiano atribui a ação a grupos apoiados pelo Paquistão.

Em reação, a Índia bombardeou alvos em território paquistanês e em áreas da Caxemira sob controle de Islamabad. Horas depois, o Paquistão retaliou com ataques a posições indianas ao longo da Linha de Controle.

O aumento das tensões preocupa a comunidade internacional por causa do arsenal nuclear dos dois países, que somam mais de 340 ogivas, segundo o Sipri (Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo, em português).

Caxemira

O conflito entre a Índia e o Paquistão pela região da Caxemira remonta à partilha do subcontinente indiano em 1947, quando a então colônia britânica foi dividida entre os dois países.

A Caxemira, de maioria muçulmana, tornou-se parte da Índia depois de seu governante hindu optar por se juntar ao país, o que foi contestado pelo Paquistão. Desde então, os dois países travaram guerras e inúmeros confrontos armados pela região, que permanece dividida entre ambos, mas é reivindicada integralmente por cada lado.

A disputa é marcada por tensões militares, insurgência separatista no lado indiano e constantes acusações mútuas de violações de direitos humanos e apoio ao terrorismo.

Fonte: Poder360

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