A Arábia Saudita executou dois etíopes por tráfico de drogas, anunciou nesta quinta-feira (10) o Ministério do Interior, o que eleva o número de estrangeiros executados no reino desde o início do ano para 101, segundo uma contagem da AFP.
Os etíopes Khalil Qasim Mohammed Omar e Murad Yaqub Adam Siyo foram executados depois que foram julgados “culpados de contrabando de haxixe”, informou o ministério em um comunicado publicado pela agência de notícias estatal saudita SPA.
“Após serem enviados ao tribunal competente, foi emitido um veredicto que confirmava as acusações contra eles e que os condenava à morte”, acrescenta a nota.
No total, 189 pessoas foram executadas desde o início de 2025, incluindo 88 sauditas.
Em 2024, o número de 100 estrangeiros executados foi superado apenas em novembro, em um país que está entre aqueles que mais recorrem à pena de morte.
Pelo menos 338 pessoas foram executadas na Arábia Saudita em 2024, muito acima das 170 execuções registradas em 2023.
No início da semana, a Anistia Internacional criticou duramente o aumento das execuções, que classificou como o “uso implacável e impiedoso da pena de morte após julgamentos flagrantemente injustos”, segundo Kristine Beckerle, vice-diretora do grupo para o Oriente Médio e Norte da África.
“Estamos testemunhando uma tendência verdadeiramente assustadora, com cidadãos estrangeiros executados a um ritmo alarmante”, acrescentou.
A Anistia também destacou que os estrangeiros enfrentam obstáculos adicionais para receber um julgamento justo na Arábia Saudita, especialmente devido à falta de transparência no sistema judicial e por sua condição de não cidadãos.
Fonte: Folha de Pernambuco