O fornecimento ocidental de projéteis de artilharia, retardado por meses de disputas políticas em Washington antes de finalmente ser liberado, começou a chegar às unidades ucranianas nas linhas de frente, aliviando a pressão sobre as forças em menor número que as russas.
Quando repórteres da Reuters visitaram uma unidade de artilharia na região de Donetsk, foco do lento avanço das tropas russas ao longo da frente de 1.000 km, a equipe ucraniana disparou seu mísseis M-109 de maneira contínua.
No passado, os soldados disseram que foram forçados a limitar o uso de munições de 155 mm contra o inimigo, comprometendo a sua capacidade de apoiar a infantaria mais à frente.
“Havia ‘fome de cartuchos’. A munição foi racionada severamente. Teve um impacto sobre a infantaria. Eles (os russos) estavam por todos os lados, ferindo os homens da infantaria”, disse o comandante da unidade Vasyl, 46 anos, que não quis divulgar seu sobrenome.
“Agora não há mais ‘fome de cartuchos’ e trabalhamos bem”.
A procura de munições de artilharia aumentou desde que a Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022, com os aliados ocidentais de Kiev esgotando os seus próprios arsenais enquanto enviavam bombas para a Ucrânia, onde milhares de munições são necessárias todos os dias.
Agora, um novo influxo começou a chegar a unidades como a de Vasyl, depois que o Congresso dos EUA pôs fim a meses de atrasos e aprovou um pacote de ajuda de US$ 61 bilhões.
Mas para Oleh, 39 anos, artilheiro da mesma unidade, o problema não é apenas a munição. A Ucrânia acaba de lançar um grande esforço de mobilização que espera reabastecer as suas forças exaustas e esgotadas nos próximos meses. Alguns dizem que demorou muito.
“Somos muito poucos. Não há gente suficiente”, disse ele. “Não temos nem metade das pessoas que deveríamos ter”.
Vasyl está mais otimista enquanto prepara seu armamento para novas ações.
Convencido de que a Ucrânia prevalecerá sobre os invasores russos, ele rejeita as recentes incursões diplomáticas e as promessas de cooperação do líder do Kremlin, Vladimir Putin, com a China e a Coreia do Norte.
“Todas essas negociações com a Coreia e a China não irão ajudá-los. Venceremos, venceremos”, disse ele. “É o nosso espírito, é a nossa Ucrânia, estamos defendendo ela. Iremos vencer, a qualquer preço, mas venceremos”.
Fonte: Reuters