ARACAJU/SE, 29 de abril de 2025 , 13:12:40

Ataque cibernético? Europa investiga possível causa de apagão que restringe serviços e dificulta transporte

 

Autoridades da Europa investigam se um ataque cibernético pode ter causado o apagão elétrico que atinge principalmente Portugal e Espanha, mas também outros países da região nessa segunda-feira (28). Segundo o jornal espanhol El País, o Instituto Nacional de Segurança Cibernética (INCIBE) está apurando a situação para confirmar se houve um ciberataque. A Agência Europeia para a Segurança de Redes e da Informação (ENISA) também está acompanhando o caso. A ENISA informou que está em contato com os centros de resposta a incidentes de cibersegurança (CERTs) dos países afetados para investigar o ocorrido.

Em Portugal, o Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS) é o órgão responsável pela análise e informou que, até o momento, não há indícios que apontem para um ciberataque. Mais cedo, o ministro português Manuel Castro Almeida disse à imprensa local que havia essa possibilidade, mas que ela não está confirmada. A seguir, entenda o que é um ciberataque e como ele pode ter afetado o fornecimento de energia.

O que é um ataque cibernético?

Conforme definição da Kaspersky, empresa especializada em segurança digital, um ataque cibernético ou ciberataque é uma ação de criminosos que tentam desativar computadores, roubar dados ou usar um sistema de computador violado para fazer vítimas. É comum que esse tipo de ação seja realizada para comprometer alguém financeiramente, mas há também histórico de situações em que a ação tem caráter político ou pessoal.

Os prejuízos da falha remontam aos que ocorreram durante o apagão cibernético de julho de 2024 em todo o mundo. Na época, uma falha nos sistemas da CrowdStrike, uma empresa de cibersegurança norte-americana, fez com que computadores Windows apresentassem a “Tela azul da morte”. No Brasil, os maiores problemas se concentraram nas instabilidades dos bancos e atrasos em aeroportos.

Antonio Costa, presidente do Conselho Europeu, também disse que diz não haver indícios de que a queda de energia de hoje tenha sido causada por um ataque cibernético neste momento. Costa diz que está em contato com o primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez e o primeiro-ministro português Luís Montenegro, com operadores de rede em ambos os países “trabalhando para encontrar a causa e restaurar o fornecimento de eletricidade”.

Igor Lucena, doutor em Relações Internacionais e CEO da Amero Consulting, alerta que um caso positivo de ciberataque mostraria a fragilidade não só do sistema elétrico, mas de toda a infraestrutura da Europa.

“Mostra também que, além dos gastos bilionários com o desenvolvimento de tecnologias bélicas e militares, a Europa precisaria reforçar urgentemente a defesa de suas infraestruturas críticas, incluindo tecnologia, controle de reservatórios de água, internet, energia elétrica, energia atômica, entre outros”, destacou.

Apagão limita serviços e dificulta transportes

A falha elétrica iniciou por volta das 07h30 (horário de Brasília) — 11h30 em Portugal ou 12h30 na Espanha, e segue sem previsão de retorno. Até o momento, não há indícios suficientes para confirmar a causa do problema.

Em Portugal, os trens estão parados e o transporte público está em colapso. O metrô de Madri, na Espanha, também está completamente paralisado. Sinais de trânsito também estão inoperantes, com agentes nas ruas para ajudar na locomoção de veículos. Além disso, hospitais começam a enfrentar problemas com a ausência de energia, e aeroportos lidam com a situação realizando o embarque e check-in à moda antiga.

Há muitas reclamações sobre dificuldade para usar a internet e fazer ligações de telefone. Usuários reclamam de muita lentidão ou impossibilidade de completar as chamadas.

Para prevenir, é necessário investir em modernização das redes, implementar novos sistemas de segurança, adotar respostas automáticas, realizar simulações constantes dessas crises e reforçar a cibersegurança.

Marcello Marin, mestre em Governança Corporativa, destacou que, para prevenir esse tipo de situação, “é necessário investir em modernização das redes, implementar novos sistemas de segurança, adotar respostas automáticas, realizar simulações constantes dessas crises e reforçar a cibersegurança”.

Ele destacou ainda que a integração dos países europeus é uma vantagem, mas, para isso funcionar, é necessário ter uma coordenação muito grande e um processo muito claro e bem definido para lidar com questões de segurança em itens tão primordiais como a energia elétrica.

Fonte: Tech Tudo

 

 

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