ARACAJU/SE, 24 de novembro de 2024 , 21:21:02

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Autoritarismo na Venezuela: ONGs e políticos criticam prisão de opositora de Maduro

 

ONGs, políticos e partidos venezuelanos têm criticado ao longo do fim de semana a prisão da ativista, advogada e especialista em questões militares venezuelana Rocío San Miguel, de 57 anos. Ela é opositora ao governo de Nicolás Maduro e, segundo relatos de organizações do país, teria sido detida na sexta-feira (9) no Aeroporto Simón Bolívar, em Maiquetía.

A prisão foi repercutida pela ONG de defesa dos direitos humanos Provea. Na tarde do domingo (11), a organização publicou no X (ex-Twitter) que já havia passado 57 horas desde que se soube da prisão e do “desaparecimento forçado” de San Miguel. Também disse que não há notícias de seu paradeiro ou das condições de saúde em que se encontra.

A ONG afirma que a detenção de San Miguel é uma violação de direitos humanos que submete os familiares da advogada a situações “cruéis, inumanas e degradantes”. “A desaparição forçada se transformou em uma prática recorrente no extenso repertório repressivo das autoridades venezuelanas, executada com o objetivo de silenciar a crítica e cerrar o espaço cívico”, escreveu a organização.

O caso eclode poucas semanas depois de outra controvérsia protagonizada pelo governo venezuelano, quando o procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, anunciou que 32 pessoas foram presas no país por estarem supostamente envolvidas em cinco planos para assassinar o presidente Maduro.

San Miguel também é presidente da ONG Control Ciudadano. Segundo a Provea, ela recebia medidas de proteção da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) por causa de “constantes” ataques recebidos. Sua última atividade no X foi a repostagem de uma publicação da organização na rede social, na quinta-feira (8).

Internautas nas redes sociais têm compartilhado a hashtag “#DondeEstáRocío” (onde está Rocío) para chamar atenção ao caso. Outra ONG que se manifestou contra o ocorrido foi a Anistia Internacional. Também pelo seu perfil do X, a entidade divulgou uma mensagem pedindo a liberdade “imediata e incondicional” da advogada.

María Corina Machado, adversária política de Maduro vetada das eleições, também se pronunciou sobre o caso. Ela compartilhou a publicação do Comitê de Direitos Humanos do Vente Venezuela, seu partido político, e disse que alertou o mundo que os “ataques repressivos do regime de Maduro” continuam. “Pedimos solidariedade nacional e internacional a ela e a todos os presos e perseguidos políticos na Venezuela”, afirmou.

O partido Voluntad Popular condenou a detenção e desaparecimento de Rocío. “Exigimos às autoridades que declaram sua localização”, declarou no domingo (11).

Fonte: Poder360

 

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