Boris Johnson voltou ao Reino Unido neste sábado (22), considerando uma tentativa audaciosa de ganhar um segundo mandato como primeiro-ministro apenas algumas semanas depois de ser forçado a deixar o cargo, com alguns colegas alertando que seu retorno pode criar mais caos político.
Candidatos em potencial para substituir a primeira-ministra Liz Truss, que renunciou na quinta-feira (20) após seis semanas no cargo, estavam embarcando em um fim de semana de lobby para garantir indicações suficientes para entrar na disputa pela liderança antes do prazo de segunda-feira (24).
Johnson, que estava de férias no Caribe quando Truss renunciou, não comentou publicamente sobre uma oferta por seu antigo emprego. Ele recebeu o apoio de dezenas de parlamentares conservadores, mas precisa garantir 100 indicações para ser considerado.
O ministro do Departamento de Comércio, James Duddridge, afirmou na sexta-feira (21) que Johnson lhe disse que estava “pronto para isso”. Ele acrescentou neste sábado que Johnson havia garantido 100 indicações, embora uma contagem da Reuters o colocasse em cerca de 40, enquanto a contagem mostrava que o ex-ministro das Finanças Rishi Sunak, por enquanto o favorito das casas de apostas, havia ultrapassado 100.
Apenas a ex-ministra da Defesa Penny Mordaunt declarou formalmente que vai concorrer, embora uma contagem da Reuters tenha mostrado que ela só tinha 22 indicações até agora antes do prazo de segunda-feira.
O próximo primeiro-ministro, um cargo que terá mudado de mãos três vezes em quatro anos, enfrentará uma série de questões depois que os planos econômicos de Truss atingiram os mercados de títulos, elevaram os custos de empréstimos do governo e adicionaram mais pressões às famílias e empresas que já lutam com uma crise no custo de vida.
Johnson foi vaiado por alguns passageiros no avião para o Reino Unido, de acordo com um repórter da Sky News no voo que chegou a Londres na manhã de sábado. Ele acenou para os fotógrafos no aeroporto de Gatwick, em Londres, antes de partir.
Seria um retorno impressionante para o ex-jornalista e ex-prefeito de Londres, que deixou Downing Street envolto em escândalos, dizendo que outros parlamentares do partido “mudaram as regras no meio do caminho” para impedi-lo de cumprir um mandato completo.
CNN Brasil