Desse o início da segunda-feira (28), o presidente direitista de El Salvador, Nayib Bukele, intensificou guerra contra as gangues ao mobilizar cerca de 2 mil soldados e 500 policiais para cercar um bairro populoso nos arredores da capital, San Salvador. O objetivo dessa operação, segundo Bukele, é desmantelar os remanescentes de gangues que estariam tentando reocupar a área.
“Há um grupo de membros de gangues escondidos. Estabelecemos uma cerca de segurança em todo o bairro para extrair até o último membro da gangue na área”, declarou o presidente durante uma coletiva. A polícia isolou o bairro de San Marcos com uma cerca militar e montou postos de controle para impedir a fuga dos suspeitos, conforme relatou o ministro da Defesa, René Francis Merino Monroy.
A cerca é a terceira de seu tipo a ser instalada em San Salvador, com o intuito de capturar membros de gangues que ainda operam no país. Em março, Bukele já havia ordenado a instalação de barricadas em outra região do norte, visando a desmantelar a facção Barrio 18.
O bloqueio atual firma ainda mais a guerra de Bukele contra as gangues, que ganhou força após um surto de violência em março de 2022. À época, o governo declarou um “estado de emergência” e suspendeu direitos constitucionais, permitindo a prisão de mais de 1% da população salvadorenha. A ofensiva teve um efeito imediato sobre as gangues, como Barrio 18 e MS-13, que ao longo dos anos aterrorizavam a população, extorquindo dinheiro e cometendo onda de assassinatos.
Em meio às ações de Bukele, El Salvador passou a registrar queda acentuada nos homicídios e geraram um fervor popular em torno de Bukele. Mesmo depois de declarar uma vitória contra o crime organizado, o presidente tem prorrogado o “estado de emergência” por mais de dois anos, justificando que tais medidas são necessárias para erradicar os remanescentes das gangues no país.
Fonte: Conexão Política