Uma denúncia formal foi apresentada à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) contra a República Federativa do Brasil. Liderada por parlamentares como Marcel van Hattem (RS), Adriana Ventura (SP), Gilson Marques (SC), Ricardo Salles (SP) e Eduardo Girão (CE), a petição alega graves violações aos direitos humanos, sobretudo relacionados à liberdade de expressão e direitos políticos.
A peça foi elaborada com o apoio de Julio Pohl e Tomás Henríquez, advogados vinculados à ADF International, organização internacional voltada à proteção de liberdades fundamentais.
O principal ponto da denúncia é o bloqueio da rede social X/Twitter, determinado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) durante o período eleitoral de 2024. A decisão foi tomada após a plataforma não atender a uma ordem judicial, mas, segundo os parlamentares, configurou censura prévia, interferindo no processo eleitoral.
“O bloqueio violou os direitos de mais de 20 milhões de brasileiros, restringindo o debate público e afetando especialmente campanhas de partidos menores, como o Novo, que dependem das redes sociais para se comunicar com os eleitores”, afirmaram os denunciantes.
O caso ganhou repercussão internacional. Nos Estados Unidos, o Congresso iniciou investigações sobre possíveis violações de direitos humanos, enquanto Elon Musk, proprietário da plataforma, também foi incluído no processo do STF.
A denúncia pede que a CIDH reconheça as violações dos direitos assegurados pela Convenção Americana de Direitos Humanos e emita recomendações ao governo brasileiro. Entre os pedidos estão:
- Restabelecimento das garantias constitucionais de liberdade de expressão;
- Reparações pelos danos causados às campanhas políticas e ao debate público;
- Reformas para evitar novos episódios de censura institucional.
A CIDH possui jurisdição sobre o Brasil e já influenciou decisões importantes no país, como a criação da Lei Maria da Penha. Caso as denúncias sejam acatadas, a Comissão pode sugerir medidas rigorosas, como mudanças no sistema judicial ou a criação de legislação mais robusta para proteger a liberdade de expressão.
Fonte: Conexão Política