As Forças Armadas de Israel afirmaram, neste sábado (10), ter encontrado mais um túnel usado pelo grupo terrorista Hamas no subsolo da sede da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNWRA, na sigla em inglês), na Cidade de Gaza. A UNWRA é alvo de fortes críticas do governo israelense por sua atuação no enclave palestino, incluindo acusações de que empregaria terroristas do Hamas. A UNRWA afirma que não opera na base desde 12 de outubro e apelou a uma investigação independente.
“Agindo com base na inteligência da ISA, as forças descobriram um túnel perto de uma escola da UNRWA, levando a um túnel terrorista subterrâneo sob o quartel-general da UNRWA. As forças encontraram infraestruturas elétricas no interior do túnel ligado ao quartel-general principal da UNRWA, sugerindo que estava a abastecer o túnel com eletricidade – gerada pelo combustível fornecido através da ajuda humanitária. Este túnel de 700 metros de comprimento e 18 metros de profundidade continha múltiplas portas de segurança e vários recursos de inteligência apreendidos”, comunicaram os militares israelenses.
Ainda de acordo com o comunicado israelense, foram encontradas grandes quantidades de armas, incluindo espingardas, munições, granadas e explosivos, além de documentos que comprovariam a utilização dos escritórios da agência por terroristas do Hamas.
Sob forte escrutínio da comunidade internacional após ter demitido vários funcionários, acusados por Israel de terem participado nos ataques de 7 de outubro, a UNRWA negou vínculo direto com o Hamas — o grupo terrorista também rejeita, repetidamente, alegações de que utilizaria instalações civis para realizar suas atividades.
De acordo com a agência, a equipe em solo foi forçado a deixar o complexo na Cidade de Gaza por instruções das forças israelenses, à medida que os bombardeamentos se intensificavam na área. O complexo foi inspecionado pela última vez em setembro de 2023.
“Não usamos esse complexo desde que o deixamos e não temos conhecimento de qualquer atividade que possa ter ocorrido lá”, disse a UNWRA em um comunicado, acrescentando que qualquer atividade suspeita encontrada perto ou sob quaisquer de suas instalações foi previamente relatada às autoridades do Hamas e aos israelenses, e também tornada pública.
A agência defendeu ainda que as alegações fossem alvo de um “inquérito independente”, acrescentando que “atualmente não é possível realizar, dado que Gaza é uma zona de guerra ativa”.
Fonte: O Globo