ARACAJU/SE, 24 de novembro de 2024 , 3:55:30

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Conheça Mohamad Mojber, que assume interinamente a Presidência do Irã após morte de Ebrahim Raisi

 

O líder supremo do Irã, Ali Khamenei, autorizou, nesta segunda-feira (20), a nomeação do vice-presidente Mohamad Mojber como presidente interino do país após a morte de Ebrahim Raisi em um acidente de helicóptero.

“De acordo com o artigo 131 da Constituição, Mojber está na posição de chefe do Poder Executivo e é obrigado a concordar com os chefes dos poderes Legislativo e Judiciário para eleger um novo presidente dentro de 50 dias”, disse Khamenei em comunicado divulgado pela agência de notícias estatal IRNA.

O líder iraniano também anunciou cinco dias de luto pelas mortes de Raisi e do ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amir-Abdollahian.

“Ofereço minhas condolências ao amado povo do Irã. O amado Raisi era incansável. Nesse trágico incidente, a nação iraniana perdeu um servo sincero e valioso”, disse Khamenei sobre um político que era visto como seu protegido e possível sucessor como líder supremo.

Mojber tem 68 anos e se tornou vice-presidente de Raisi em 2021, após vitória eleitoral com apoio de Khamenei. Assim como o ex-presidente, ele é considerado um político linha-dura que mantém relações próximas com o líder supremo do país.

Mojber assumiu o cargo mais alto entre os 12 vice-presidentes do país e era o “número 2” do falecido presidente.

Anteriormente, ele ocupou cargos como o de diretor do poderoso conglomerado Fundação da Ordem do Imã Khomeini, que lhe custou sanções dos EUA naquele período.

A entidade foi criada na década de 1980 para administrar propriedades confiscadas após a “Revolução Islâmica” de 1979 e, ao longo dos anos, tornou-se um poderoso conglomerado econômico estatal com interesses em diferentes setores.

Antes disso, ele foi vice-governador da província de Cuzistão, no sudoeste do país, onde nasceu em junho de 1955. Ele também foi presidente do conselho do Sina Bank, um banco de investimentos privado.

Segundo a mídia local, Mojber poderá concorrer à presidência nas próximas eleições do país, que devem ser convocadas no prazo máximo de 50 dias, embora não haja até o momento anúncios oficiais nesse sentido.

O falecido presidente Raisi era visto como o favorito para suceder o aiatolá Khamenei no cargo de líder supremo. Com sua morte, especula-se que o filho do líder supremo, Mojtaba Khamenei, poderá assumir o poder máximo do país no futuro.

O helicóptero em que Raisi viajava desapareceu por motivos ainda inexplicados nesse domingo (19), quando retornava da cidade de Tabriz junto com duas outras aeronaves – que chegaram em segurança ao seu destino – e a imprensa oficial iraniana informou que ele havia sofrido um “pouso forçado”.

A aeronave foi encontrada nesta segunda-feira (20), em uma área montanhosa da região de Varzeqan, na província de Azerbaijão Oriental, após horas de buscas dificultadas pelo mau tempo.

Também morreram no acidente o governador de Azerbaijão Oriental, Malik Rahmati, o líder das orações de sexta-feira na cidade de Tabriz, Mohammad-Ali Al-Hashem, além de dois pilotos da aeronave, um comissário de bordo, o chefe da segurança presidencial e um guarda.

As autoridades anunciaram que uma cerimônia fúnebre será realizada em Tabriz, nesta terça-feira (21), além das orações em Teerã e em outras partes do país que acontecem nesta segunda-feira.

Novo chanceler interino

O vice-ministro das Relações Exteriores e negociador nuclear do Irã, Ali Bagheri Kani, foi nomeado nesta segunda-feira como o chefe da diplomacia do Irã após a morte de Hossein Amir-Abdollahian no acidente de helicóptero em uma área montanhosa no noroeste do país.

“Por ordem do primeiro vice-presidente Mohammad Mojber, Ali Bagheri Kani foi nomeado ministro das Relações Exteriores interino”, anunciou o porta-voz do governo Ali Bahadari Jahormi, segundo a IRNA.

O porta-voz disse que o diplomata atuará como ministro até que sejam realizadas eleições presidenciais no país.

De acordo com a Constituição da República Islâmica do Irã, um conselho composto pelo chefe do Judiciário, o presidente do Parlamento e o primeiro vice-presidente – que se torna presidente interino – é obrigado a adotar um acordo para que um novo presidente seja eleito dentro de 50 dias.

Fontes: Gazeta do Povo e Agência EFE

 

 

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