O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) marcou uma votação para sexta-feira (19) sobre um pedido da Palestina de adesão, como membro pleno, à ONU. A resolução daria luz verde para o reconhecimento de um Estado Palestino, um movimento contrariado pelos Estados Unidos.
O presidente palestino, Mahmoud Abbas, entregou a aplicação da Autoridade Palestina para se tornar o 194º membro das Nações Unidas ao então secretário-geral Ban Ki-moon, em 23 de setembro de 2011. Essa tentativa falhou porque os palestinos não conseguiram o apoio mínimo necessário de nove dos 15 membros do Conselho de Segurança.
Já em meio à ofensiva militar de Israel na Faixa de Gaza, mais recentemente, os palestinos reviveram, no início de abril, a candidatura. Depois de anos de tentativas frustradas de negociações de paz, as autoridades palestinas recorreram novamente à ONU, enviando uma carta ao Conselho de Segurança, apoiada por 140 países.
A Assembleia-Geral da ONU pode admitir um novo Estado membro com uma votação de dois terços da maioria, mas somente depois que o Conselho de Segurança der sua recomendação.
EUA deve vetar adesão
Os EUA, aliado mais próximo de Israel, haviam prometido vetar qualquer resolução endossando a adesão palestina. O vice-embaixador norte-americano na ONU, Robert A. Wood, reitera a posição de longa data na semana passada.
“A questão da plena adesão palestina é uma decisão que deve ser negociada entre Israel e os palestinos”, diz Wood. Israel afirma que tais passos são uma tentativa de contornar o processo de negociação.
O bloco regional Grupo Árabe, por sua vez, emitiu uma declaração, na terça-feira (16), afirmando seu “apoio inabalável” à candidatura dos palestinos. “A adesão às Nações Unidas é um passo crucial na direção certa para uma resolução justa e duradoura da questão palestina em conformidade com o direito internacional e as relevantes resoluções da ONU”.
A Argélia, membro não permanente do Conselho de Segurança, redigiu a resolução que “recomenda” à Assembleia-Geral “que o Estado da Palestina seja admitido como membro das Nações Unidas”.
Os palestinos, que têm status de observador nas Nações Unidas desde 2012, têm feito lobby há anos para obter a adesão plena.
Fonte: Revista Oeste