O ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, descreveu ontem (4) o que seria uma nova fase do conflito na Faixa de Gaza. Segundo ele, as investidas das Forças de Defesa de Israel (FDI) serão mais destrutivas ao norte, enquanto ao sul do enclave haverá uma busca direcionada aos líderes do Hamas.
Por meio de um comunicado divulgado pelo governo de Tel Aviv, Gallant ainda afirmou que depois da guerra o Hamas não controlará mais Gaza, e revelou que a cidade poderia ser administrada por órgãos palestinos desde que não houvesse ameaça a Israel.
Ele explicou que as novas operações na região norte incluiriam ataques aéreos e terrestres, demolição de túneis e operações de forças especiais. Já no sul, onde a maior parte dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza sobrevivem em tendas e abrigos temporários, o foco seria exterminar os líderes do Hamas e resgatar cerca de 130 reféns, mantidos sob domínio dos extremistas palestinos desde o início dos embates, no dia 7 de outubro.
A nota surge em meio a pressões internacionais contra Israel por ataques menos agressivos, além de uma crescente crise econômica interna, que obriga o governo a reduzir o volume das tropas no campo de batalha para que os milhares de reservistas voltem a ocupar seus postos de trabalho fora do exército.
Visita de Blinken
O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, iniciou ontem mais uma viagem ao Oriente Médio, a fim de conter uma expansão mais desastrosa do conflito. Os EUA decidiram agir principalmente depois que o Hezbollah entrou no jogo.
O líder da milícia xiita apoiada pelo Irã disse em tom de ameaça que “não pode ficar em silêncio” após o assassinato do vice-líder do Hamas, Saleh al-Arouri, em Beirute, na capital do Líbano. Ele foi morto por um ataque de drone na terça-feira (2) e enterrado em um campo palestino, com uma multidão ao seu redor e uma salva de tiros.
Há algum tempo o Hezbollah está envolvido em trocas diárias de bombardeios com Israel na fronteira ao sul do Líbano. Israel, contudo, não confirmou, nem negou responsabilidade pelo assassinato de Arouri. Mas, desde o início da guerra Israel-Hamas, as autoridades do país falam sobre a necessidade de aniquilar os opositores.
O mundo está cada dia mais temeroso dos desdobramentos do projeto israelense, que deixou de ser focado em Gaza e escalonou para zonas perigosas, como Cisjordânia, as rotas marítimas do Mar Vermelho e o próprio entrevero com as forças do Hezbollah no território libanês.
Fonte: VEJA