ARACAJU/SE, 22 de outubro de 2024 , 15:07:13

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Ditadura esquerdista da Venezuela intensifica prisão de jornalistas

 

O Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Imprensa da Venezuela afirma que aumentou o número de jornalistas presos pelo regime do presidente Nicolás Maduro (Partido Socialista Unido da Venezuela, esquerda). Segundo a organização, o país agora conta com 12 profissionais da imprensa detidos.

Dentre eles, oito foram capturados depois da eleição presidencial de 28 de julho, três durante a campanha e outro, Ramón Centeno, está preso desde 2021.

Eis os nomes dos jornalistas presos e a data da detenção:

– Ana Carolina Guaita – 20 de agosto de 2024;

– Gilberto Reina – 16 de agosto de 2024;

– José Gregorio Camero – 3 de agosto de 2024;

– Fernando Chuecos – 3 de agosto de 2024;

– Roland Carreño – 2 de agosto de 2024;

– Deisy Peña – 2 de agosto de 2024;

– Yousner Alvarado – 29 de julho de 2024;

– Paul León – 30 de julho de 2024;

– Gabriel Gonzalez – 17 de junho de 2024;

– Luis López – 14 de junho de 2024;

– Calos Julio Rojas – 15 de abril de 2024;

– Ramón Centeno – 2 de fevereiro de 2021.

Parte das prisões se deu depois da disputa presidencial, em que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela confirmou a reeleição de Maduro, em 2 de agosto, com 51,95% dos votos.

Desde então, protestos na Venezuela e no mundo foram realizados por opositores do regime chavista. Nessa quarta-feira (28), os venezuelanos foram às ruas novamente para protestar contra o resultado divulgado pela autoridade eleitoral do país.

A líder da oposição, María Corina Machado, convocou apoiadores e, em discurso, acusou o regime Maduro de manter mais de 150 crianças presas.

“Na Venezuela hoje há mais de 150 crianças presas. Crianças presas, sequestradas por Nicolás Maduro, acusadas de terrorismo. Eles (autoridades venezuelanas) estão levando-as para prisões para presos comuns”, afirmou.

María Corina também relembrou a falta de reconhecimento de outros países e organizações sobre o resultado anunciado pelo CNE.

Venezuela sob Maduro

A Venezuela vive sob uma autocracia chefiada por Nicolás Maduro, 61 anos. Não há liberdade de imprensa. Pessoas podem ser presas por “crimes políticos”. A Organização dos Estados Americanos (OEA) publicou nota em maio de 2021 a respeito da “nomeação ilegítima” do Conselho Nacional Eleitoral. A Comissão Interamericana de Direitos Humanos relatou abusos em outubro de 2022, novembro de 2022 e março de 2023. Relatório da Human Rights Watch divulgado em 2023 afirmava que 7,1 milhões de venezuelanos fugiram do país desde 2014.

Maduro nega que o país viva sob uma ditadura. Diz que há eleições regulares e que a oposição simplesmente não consegue vencer.

As eleições presidenciais realizadas em 28 de julho de 2024 são contestadas por parte da comunidade internacional. A principal líder da oposição, María Corina, foi impedida em junho de 2023 de ocupar cargos públicos por 15 anos. O Supremo venezuelano confirmou a decisão em janeiro de 2024. Alegou “irregularidades administrativas” que teriam sido cometidas quando era deputada, de 2011 a 2014, e por “trama de corrupção” por apoiar Juan Guaidó.

Corina indicou a aliada Corina Yoris para concorrer. No entanto, Yoris não conseguiu formalizar a candidatura por causa de uma suposta falha no sistema eleitoral. O diplomata Edmundo González assumiu o papel de ser o principal candidato de oposição.

O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, controlado pelo governo, anunciou em 28 de julho de 2024 a vitória de Maduro. O órgão confirmou o resultado em 2 de agosto de 2024, mas não divulgou os boletins de urnas. O Tribunal Supremo de Justiça venezuelano, controlado pelo atual regime, disse em 22 de agosto de 2024 que os boletins não serão divulgados.

O Centro Carter, respeitada organização criada pelo ex-presidente dos EUA Jimmy Carter, considerou que as eleições na Venezuela “não foram democráticas”.

Os resultados têm sido seguidamente contestados pela União Europeia e por vários países individualmente, como Estados Unidos, México, Argentina, Costa Rica, Chile, Equador, Guatemala, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai. O Brasil não reconheceu até agora a eleição de Maduro em 2024, mas tampouco faz cobranças mais duras como outros países que apontam fraude no processo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou a dizer não ter visto nada de anormal no pleito do país.

A Human Rights Watch criticou os presidentes Lula, Gustavo Petro (Colômbia) e Andrés Manuel López Obrador (México) em agosto de 2024. Afirmou, em carta enviada aos três, ser necessário que reconsiderem suas posições sobre a Venezuela e criticou as propostas dos líderes para resolver o impasse, como uma nova eleição e anistia geral.

Fonte: Poder360

 

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