O governo da Nicarágua informou, nessa terça-feira (10), que retirou a nacionalidade de 135 presos políticos nicaraguenses recém-libertados e deportados para a Guatemala, além de ordenar o confisco de suas propriedades.
A Suprema Corte da Nicarágua afirmou que os indivíduos foram condenados por crimes relacionados a ataques à “soberania, independência e autodeterminação do povo nicaraguense”. A Corte justificou o confisco dos bens como uma forma de compensar os danos causados pelas suas “atividades criminosas”.
Acordo de libertação
Entre os prisioneiros estavam 13 pessoas filiadas a uma igreja evangélica americana, a Mountain Gateway, com sede no Texas. Segundo o regime nicaraguense, a organização missionária era utilizada como fachada para a aquisição de bens de luxo, propriedades e terras. Além deles, haviam leigos católicos e estudantes, conforme informado por Jake Sullivan, conselheiro de segurança nacional da Casa Branca.
O governo dos Estados Unidos solicitou a liberação dos presos políticos por motivos humanitários. Segundo Washington, não foi feita nenhuma concessão a Nicarágua em troca da deportação das 135 pessoas à Nicarágua.
O último grande êxodo de presos políticos nicaraguenses ocorreu em fevereiro do ano passado, quando 222 pessoas, incluindo importantes críticos do governo, foram enviadas para os Estados Unidos e privadas de sua nacionalidade.
Fonte: VEJA