ARACAJU/SE, 22 de outubro de 2024 , 16:16:43

logoajn1

Edmundo González não comparece a Tribunal de Justiça após convocação; Corte fala de ‘desacato’

 

O candidato da oposição venezuelana, Edmundo González, que afirma ter vencido as eleições de 28 de julho no país, não respondeu a uma convocação do Tribunal Superior de Justiça (TSJ) nesta quarta-feira (7), depois de publicar uma carta dizendo que correria risco de ser preso se fosse.

O mais alto tribunal do país, respondendo a um apelo do presidente Nicolás Maduro, convocou os dez candidatos eleitorais e os representantes dos partidos que os nomearam para comparecerem ao que disse ser uma certificação dos resultados.

A autoridade eleitoral da Venezuela declarou Maduro o vencedor das eleições no início de 29 de julho, com cerca de 51% dos votos. No entanto, a oposição afirma ter cópias das contagens de votos que mostram que González obteve uma vitória retumbante.

A autoridade eleitoral – que a oposição acusa de ser tendenciosa em relação a Maduro – ainda não reproduziu os resultados que afirma ter.

A oposição, liderada por María Corina Machado e González, um ex-diplomata de 74 anos, disse nesta semana que venceu as eleições presidenciais com mais de 7 milhões de votos, em comparação com os 3,3 milhões de votos de Maduro. Esse resultado é bastante semelhante ao previsto pelas pesquisas independentes.

Numerosos líderes da oposição venezuelana enfrentaram detenções e prisões ou fugiram para o exílio nos últimos anos.

“Se eu for à câmara eleitoral nestas condições, ficarei totalmente vulnerável devido à impotência e à violação do devido processo e colocarei em risco não só a minha liberdade, mas, mais importante, a vontade do povo venezuelano, como expressaram em 28 de julho”, disse González em uma carta postada no X nesta quarta-feira.

Representantes de três grupos que apoiavam a candidatura de González compareceram à audiência, segundo uma transmissão da televisão estatal.

Nesta semana, grupos de defesa venezuelanos levantaram alarmes sobre a chamada “operação toc-toc”, em que as forças de segurança prenderam suspeitos de participar de manifestações. As autoridades dizem que a polícia tem como alvo pessoas por trás de crimes violentos durante uma onda de manifestações que se seguiu às disputadas eleições.

Na noite de terça-feira (6), Maria Oropeza, coordenadora do movimento político Vente Venezuela, de Machado, transmitiu uma batida em sua casa em Guanare, no estado de Portuguesa, ao vivo no Instagram. Antes de o vídeo ser cortado, Oropeza pôde ser ouvida pedindo um mandado.

O procurador-geral Tarek Saab já lançou uma investigação criminal contra Machado e González por incitarem as forças de segurança a infringir a lei, depois de terem publicado uma carta conjunta apelando à polícia e aos militares para apoiarem o povo da Venezuela.

O não comparecimento à audiência nesta quarta-feira poderia agravar os problemas jurídicos de González. A presidente do Tribunal Superior, Caryslia Rodriguez, e Maduro disseram que qualquer pessoa que não responder à intimação poderá ser acusada de desacato.

Na Venezuela, o desacato ao tribunal é punível com até 30 dias de prisão e multas, disseram os advogados.

“Desacato”

A chefe da Suprema Corte da Venezuela disse que Edmundo González, que afirma ter derrotado o presidente Nicolás Maduro nas eleições do país em 28 de julho, desrespeitou o tribunal depois de se recusar a responder a uma intimação nesta quarta-feira (7).

“Por favor… deixe registrado na ata que (González) não compareceu e que não cumpriu a intimação”, disse a presidente do tribunal, Caryslia Rodríguez.

Fonte: Reuters

Você pode querer ler também