ARACAJU/SE, 24 de setembro de 2025 , 20:05:22

Em discurso, Trump alertou que Brasil se alinhe aos EUA, reitera Casa Branca

 

A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, reforçou, nessa terça-feira (23), a declaração feita pelo presidente norte-americano Donald Trump de que o Brasil “fracassará” sem os Estados Unidos. A fala do republicano e a publicação na rede social foram feitas na terça-feira (23).

Trump afirmou, na 80ª Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que “o Brasil está indo mal, e só irá melhorar quando trabalhar em cooperação com os Estados Unidos. Sem nós, eles fracassarão, assim como outros fracassaram”.

Em seu perfil no X, Karoline enfatizou o trecho do discurso do norte-americano: “Trump alerta que Brasil ‘vai falhar’ sem a parceria com os EUA”.

Trump foi o 2º chefe de Estado a discursar no Debate Geral da ONU, logo depois do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segue a tradição das Nações Unidas: o Brasil sempre abre os diálogos e os EUA, como anfitriões, falam em seguida.

Eduardo Bolsonaro se manifesta sobre aceno de Trump a Lula

O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) minimizou, nessa terça-feira (23), o impacto político do abraço entre o ex-presidente Donald Trump e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nos bastidores da 80ª Assembleia-Geral da ONU, em Nova York. Em publicação em seu perfil no X (antigo Twitter), o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) exaltou Trump e afirmou que a conversa não representa derrota para o bolsonarismo, mas parte da estratégia de negociação do republicano.

“Para quem conhece as estratégias de negociação de Donald Trump, nada do que aconteceu foi surpresa. Ele fez exatamente o que sempre praticou: elevou a tensão, aplicou pressão e, em seguida, reposicionou-se com ainda mais força à mesa de negociações”, afirmou Eduardo Bolsonaro.

Ainda segundo ele, “longe de causar espanto”, a postura de Trump reafirma, mais uma vez, a “genialidade” do republicano como negociador. “Ele entra na mesa quando quer, da forma que quer e na posição que quer. Enquanto isso, outros líderes, como Lula, assistem impotentes, sem qualquer capacidade real de influenciar o jogo global. Na verdade, Lula agora é que está na obrigação de aproveitar a rara oportunidade de sentar-se com Trump e com a difícil missão de extrair algo de positivo nesta mesa”, acrescentou, em busca de reforçar o alinhamento do bolsonarismo com Trump.

Em outro post em seu perfil no X, o deputado também destacou trechos do discurso de Trump na ONU. Disse que o Brasil foi citado de forma negativa, pela “perseguição judicial que resultou em uma das maiores tarifas já aplicadas pelo governo Trump”. Segundo Eduardo, o republicano acusou o país de ter se aproveitado dos Estados Unidos durante a gestão Joe Biden, “certamente num contexto que inclui as remessas da Usaid, Ned e Atlantic Council para o complexo industrial de censura brasileiro liderado por Moraes”.

Ele acrescentou que Trump foi além ao afirmar que o Brasil interferiu em direitos fundamentais dos norte-americanos, praticou censura e chegou a chamar, sem citar nominalmente, a Suprema Corte de “corrupta”. Para Eduardo, tudo isso é um “prenúncio” do que estará sobre a mesa em um eventual encontro entre Trump e Lula.

“Se confirmado, seria certamente no Salão Oval. E Lula não terá escolha: terá de ir. Note bem, será no momento, no local e nos termos que Trump escolheu – sendo que o Itamaraty está anulado, sem poder alinhar previamente a reunião”, escreveu o deputado.

Eduardo Bolsonaro também disse que o gesto de Trump obriga Lula a dialogar e enfraquece sua retórica crítica ao republicano. “Ontem, o presidente americano desferiu um duro golpe no regime ao sancionar diversas altas autoridades, a esposa do maior violador de direitos humanos do Brasil; hoje, sorriu e deu um xeque em Lula, parceiro de Moraes, obrigando-o a dialogar, deixando de lado seu hábito de vociferar contra a ‘nova cara do nazi-fascismo’ sempre que possível”, afirmou.

Ao final, Eduardo ironizou a comemoração de setores da esquerda. “Somente alguém fora de si poderia celebrar este dia como se fosse uma vitória da esquerda, quando Trump ainda termina o assunto Brasil dizendo: ‘Brasil vai mal e continuará indo mal, ele só irá bem se trabalhar conosco’. Para bom entendedor, meia palavra basta”, concluiu.

Fonte: Poder360

 

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