ARACAJU/SE, 22 de outubro de 2024 , 14:59:08

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Em resposta, Ucrânia realiza um dos maiores ataques de drones contra Rússia

 

A cidade de Moscou sofreu durante a noite “uma das mais importantes” ofensivas de drones ucranianos desde o início do conflito, anunciou nessa quarta-feira (21) o prefeito da capital russa. Na Ucrânia, as autoridades anunciaram que neutralizaram 50 drones russos.

A Rússia, que iniciou em fevereiro de 2022 uma operação em larga escala contra a Ucrânia, enfrenta desde 6 de agosto uma ofensiva ucraniana sem precedentes na região fronteiriça de Kursk.

O Ministério da Defesa da Rússia afirmou que “11 drones foram destruídos” sobre Moscou e suas imediações durante a noite, o que representa “uma das maiores tentativas de atacar a cidade com drones”, disse o prefeito da capital, Serguei Sobyanin, no Telegram.

A cidade de Moscou e sua região, que ficam a mais de 500 km da fronteira ucraniana, já haviam sido alvos de ataques esporádicos de drones. Durante o verão (Hemisfério Norte, inverno no Brasil) de 2023, alguns dispositivos foram destruídos sobre o distrito financeiro da capital. Em maio de 2023, dois drones foram neutralizados perto do Kremlin, no coração de Moscou.

Na madrugada de terça-feira (20) para quarta-feira (21), 45 drones ucranianos foram destruídos pelos sistemas de defesa aérea da Rússia sobre as regiões de Moscou (11), Bryansk (23), Belgorod (6), Kaluga (3) e Kursk (2), informou o Ministério da Defesa em um comunicado.

Além disso, um míssil foi derrubado na terça-feira à noite ao oeste da região de Rostov, na fronteira com a Ucrânia, segundo o governador regional, Vasili Golubev.

Incursão da Ucrânia

A Rússia enfrenta há duas semanas uma grande ofensiva transfronteiriça das forças ucranianas, enquanto as tropas de Moscou prosseguem com o avanço no leste da Ucrânia, na direção da cidade de Pokrovsk. O Exército russo anunciou nesta quarta-feira que tomou o controle de outra localidade ucraniana, Zhelane, que fica entre as cidades de Donetsk e Pokrovsk.

O país foi pego de surpresa pela ofensiva. Quase uma semana após a invasão, Putin foi visto aparentemente desconfortável numa reunião televisionada de seu conselho de segurança. O líder russo interrompeu o governador regional, que listava os assentamentos capturados, e se referiu aos “eventos na região de Kursk” como uma “provocação”. A mídia estatal seguiu no mesmo tom, mostrando civis em filas para receber ajuda ou doando sangue, como se a situação fosse um desastre humanitário e não o maior ataque à Rússia desde a Segunda Guerra.

Seis dias após a invasão das tropas da Ucrânia, um alto funcionário da segurança ucraniana disse à AFP que o objetivo era “deslocar as posições do inimigo, infligir o máximo de perdas, desestabilizar a situação na Rússia e transferir a guerra para o território russo”.

Nas últimas semanas, porém, o Exército russo reivindicou a tomada de uma série de localidades no país vizinho, e nesta quarta-feira disse ter ocupado a aldeia de Zhelanne, situada entre Donetsk e Pokrovsk (este, que é um núcleo estratégico onde as autoridades ucranianas ordenaram a saída das famílias com crianças). Autoridades ucranianas precisaram ordenar a retirada de civis da região.

Analistas acreditam que Kiev esperava que a incursão das suas forças na região russa de Kursk forçaria Moscou a desviar tropas de outras partes do front de batalha. Mas até o momento não há indícios de redução nos combates no leste da Ucrânia.

No lado ucraniano, o comandante da Força Aérea, Mikola Oleschuk, afirmou que as defesas antiaéreas derrubaram 50 drones explosivos e um míssil lançado pela Rússia contra o seu território durante a noite.

O chefe da administração militar de Kiev, Sergei Popko, explicou no Telegram que dez drones foram interceptados quando seguiam na direção da capital ucraniana. “O ataque aéreo durou toda a noite e seguiu até de manhã, ou seja, mais de nove horas no total”, afirmam as autoridades da região de Kiev.

Na semana passada, o conselheiro presidencial ucraniano Mikhailo Podolyak disse que “a Ucrânia não tem a intenção de ocupar territórios russos”, mas que controlar esses locais pode servir para forçar a Rússia a negociar. Trata-se de “uma jogada para trocar, se necessário, a área conquistada por outros territórios ucranianos” tomados pela Rússia, disse à AFP Pierre Razoux, diretor acadêmico da Fundação Mediterrânea de Estudos Estratégicos (FMES), um centro de reflexão na França.

Fonte: AFP

 

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