Uma nova onda de violência foi desencadeada no Equador depois de o líder da gangue Los Choneros, José Adolfo Macías Villamar, conhecido como “Fito”, fugir da prisão no último domingo (7).
Los Choneros é a facção mais poderosa do Equador. Em agosto de 2023, 4 mil policiais do país se mobilizaram na megaoperação que transferiu de presídio o líder da gangue, então acusado de ameaçar o candidato presidencial do Equador, Fernando Villavicencio. Villavicencio foi morto em agosto, e a facção Los Lobos reivindicou a autoria do assassinato.
Depois da fuga de Fito, líder dos Choneros, o presidente do Equador, Danial Noboa, anunciou estado de emergência nacional para ajudar as autoridades a prenderem Fito novamente. O decreto deve ficar em vigor por 60 dias.
Fito foi condenado por tráfico de drogas, homicídio e crime organizado. Ele cumpria pena de 34 anos na prisão La Regional, no porto de Guayaquil, e estava programado para ser transferido no domingo para um centro de segurança máxima na mesma cidade, segundo a agência AP News.
Los Choneros briga com outros grupos semelhantes ligados a cartéis mexicanos e colombianos pelo controle das rotas do tráfico de drogas e do território. Eles também disputam poder em presídios. Ao menos 400 presidiários morreram nessas disputas desde 2021.
A gangue Los Choneros foi formada por volta de 2005 na cidade de Manta, com oito integrantes na faixa etária dos 18 aos 30 anos. O fundador e primeiro líder do grupo foi Jorge Bismark Véliz España, conhecido como “Chonero”. Ele foi assassinado em 2007.
A principal ação do Los Choneros é atuar como um cartel de drogas. Com base atual na cidade de Chone, província de Manabí, os criminosos atuam em grande parte da costa do Equador.
A Polícia Nacional do Equador também afirma que o Los Choneros é braço armado de um cartel de drogas colombiano que tem interesses dentro do país. Muitos de seus membros estão ou estiveram na lista dos mais procurados do país.
Invasão a uma emissora de TV no Equador e sequestro
A Polícia do Equador prendeu 13 criminosos ligados à invasão da emissora de televisão TC Televisión, em Guayaquil, maior cidade do Equador. O crime aconteceu na tarde de ontem (9), quando um grupo armado sequestrou um apresentador durante transmissão ao vivo de telejornal.
De acordo com o jornal El Universo, a polícia realizou duas horas de operações dentro da sede do canal de TV para capturar os criminosos e provas ligadas ao crime. A corporação divulgou fotos de vários homens algemados e deitados no chão, próximo à Avenida das Américas, onde fica a emissora.
Além disso, um vídeo divulgado no Twitter/X mostra os policiais retirando os criminosos da sede do canal de TV. São 13 criminosos que estavam no local, e mais de 30 policiais participaram da ação.
Antes da retirada dos criminosos, os policiais evacuaram o prédio do canal. Todos os funcionários e jornalistas foram liberados sem ferimentos, inclusive o apresentador, que foi sequestrado ao vivo.
O chefe de polícia, Víctor Herrera, disse que os detidos foram levados para o Quartel Modelo e que a corporação tem atuado firmemente contra os criminosos. “É um ato considerado terrorismo”, comentou.
Herrera também informou que os criminosos participam do grupo criminoso organizado Los Tiguerones. A facção é inimiga de Los Choneros, organização liderada por José Adolfo Macías Villamar, conhecido como “Fito”, que desapareceu da prisão no último domingo (7) e está diretamente ligado à escalada da violência no país.
Em 2021, Los Tiguerones planejou, junto do grupo Los Lobos, um ataque contra Fito, segundo o jornal Expreso. O líder da facção descobriu o plano e organizou uma violenta rebelião em presídios de todo o país, quando 79 presos foram executados pela organização criminosa.
Invasão a uma universidade em Guayaquil e mais sequestros
Um grupo de homens armados teria invadido a Universidade de Guayaquil, na maior cidade do Equador. Os vídeos circularam nas redes sociais ontem (9), mesmo dia em que uma emissora de televisão foi invadida por criminosos no país.
Nas imagens, é possível ver estudantes correndo e fugindo de supostos ataques na universidade. Em outro vídeo, alunos e professores criam uma barricada na porta da sala, com mesas, para impedir que os criminosos entrassem no local.
Por causa da invasão, o Ministério da Educação do Equador suspendeu as aulas presenciais até a próxima sexta-feira (12), em todas as instituições de ensino — incluindo escolas estaduais, municipais e privadas. Os alunos ainda devem ter aulas de modo remoto. A Universidade de Guayaquil suspendeu todas as atividades.
Fonte: Revista Oeste