O WhatsApp deve se preparar para deixar o mercado russo, disse um parlamentar que regulamenta o setor de TI na sexta-feira (18), alertando que o aplicativo de mensagens de propriedade da Meta muito provavelmente seria colocado em uma lista de softwares restritos no país.
O presidente russo, Vladimir Putin, assinou no mês passado uma lei autorizando o desenvolvimento de um aplicativo de mensagens apoiado pelo Estado e integrado aos serviços do governo, enquanto Moscou se esforça para reduzir sua dependência de plataformas como WhatsApp e Telegram.
Anton Gorelkin, vice-chefe do comitê de tecnologia da informação da câmara baixa do parlamento, disse em uma declaração no Telegram que o aplicativo apoiado pelo Estado, MAX, poderia ganhar participação de mercado caso o WhatsApp, usado por 68% dos russos todos os dias, fosse banido.
“É hora de o WhatsApp se preparar para deixar o mercado russo”, disse Gorelkin, observando que a Meta é considerada uma organização extremista na Rússia.
Desde 2022, as redes sociais Facebook e Instagram, também da Meta, foram proibidas na Rússia, quando Moscou enviou dezenas de milhares de tropas para a Ucrânia. As informações são da FastCompany.
Soberania digital
Anton Nemkin, membro do comitê de TI do parlamento, disse que o destino do WhatsApp na Rússia estava predeterminado. “A presença de tal serviço no espaço digital da Rússia é, de fato, uma violação legal da segurança nacional”, afirmou ele, segundo a agência de notícias TASS.
Perguntado se o WhatsApp poderia deixar a Rússia, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que todos os serviços devem obedecer à lei russa.
A Rússia há muito tempo busca estabelecer o que chama de soberania digital, promovendo serviços locais. Seu esforço para substituir plataformas tecnológicas estrangeiras tornou-se mais urgente quando algumas empresas ocidentais se retiraram do mercado russo após 2022.
O Kremlin publicou uma lista de instruções de Putin, incluindo uma ordem para introduzir restrições adicionais sobre o uso na Rússia de software, incluindo serviços de comunicação, produzidos nos chamados “países hostis” que impuseram sanções contra aquele país.
Putin deu o prazo de 1º de setembro. Gorelkin, referindo-se à ordem de Putin, disse que o WhatsApp provavelmente estaria entre os serviços de comunicação restritos.
Fonte: Época
