O governo do Paraguai formalizou um acordo com os Estados Unidos que estabelece a instalação de escritórios e a atuação direta do FBI no território paraguaio. O entendimento foi firmado em Washington, durante reunião entre o chanceler Rubén Ramírez Lezcano e o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio.
O memorando trata de medidas contra a migração irregular e nutre a cooperação em segurança pública, com ênfase no combate ao terrorismo e ao crime organizado. O subsecretário de Segurança Nacional dos EUA, Troy Edgar, classificou o Paraguai como “um grande aliado” e afirmou que a iniciativa representa “um grande passo” na consolidação da segurança fronteiriça.
Durante o encontro, foi anunciada a criação de um centro antiterrorista com base na Tríplice Fronteira, no lado paraguaio. O local contará com policiais treinados pelo FBI e terá como missão investigar atividades de grupos como o Hezbollah — classificado como organização terrorista pelas autoridades paraguaias.
“Estamos formalizando nossa cooperação no combate à imigração irregular, que pode representar um problema de segurança nacional para ambas as nações”, declarou Rubio.
O ministro do Interior do Paraguai, Enrique Riera, confirmou também que agentes paraguaios serão treinados pelo FBI e alegou que a medida vai além do combate ao terrorismo. “O terrorismo e o crime organizado estão ligados: um financia o outro”.
A previsão de presença física do FBI no país já havia sido anunciada em maio de 2024. Na ocasião, o então presidente dos EUA, Donald Trump, ofereceu recompensa de até US$ 10 milhões por informações que levem à desarticulação de redes financeiras do Hezbollah na região de fronteira entre Argentina, Brasil e Paraguai — área considerada estratégica para operações ilícitas.
O acordo também contempla diretrizes para análise de pedidos de asilo e cooperação técnica entre os países. A agenda bilateral, segundo Ramírez Lezcano, inclui ainda temas como comércio, investimentos e defesa de princípios como democracia, direitos humanos e Estado de Direito.
Fonte: Conexão Política
